O projeto português que Von der Leyen cita no Estado da União
“É o maior projeto no setor espacial da história portuguesa, com dois satélites já em órbita e mais em desenvolvimento”, lê-se no relatório de Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, usou esta quarta-feira, no Estado da União, uma agenda mobilizadora portuguesa como exemplo da nova era para a defesa europeia. O projeto “Atlantic Constellation” resulta de uma parceria entre Portugal e Espanha e visa desenvolver uma cadeia de valor completa baseada em satélites para aplicações avançadas de dados em defesa e sustentabilidade.
“A colaboração resultou no lançamento do segundo satélite português em 2024”, lê-se no relatório de Von der Leyen, onde é feito o diagnóstico do Estado da União, no mesmo dia em que a presidente discursou perante o Parlamento Europeu. “É o maior projeto no setor espacial da história portuguesa, com dois satélites já em órbita e mais em desenvolvimento”, sublinha o documento.
“Este projeto em particular faz parte do ‘New Space Portugal’, que estabelecerá a capacidade de conceber e produzir satélites completos e fornecer serviços de elevado valor acrescentado baseados em dados de observação da Terra”, lê-se ainda no mesmo documento.
A agenda New Space Portugal, que inicialmente tinha um apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de 137,36 milhões de euros, viu o seu nível de ambição aumentar com a reprogramação das agendas mobilizadoras. Tal com o ECO noticiou, o setor do espaço vai ter um aumento dos incentivos de 279 milhões de euros já que, o novo objetivo vai ser lançar sete satélites para o espaço.
“Houve um reforço muito significativo no número de satélites que vai permitir que o tempo de passagem passe de seis para duas horas e pouco, o que significa que vamos ter uma cobertura muito maior, com impactos desde logo, por exemplo, na prevenção de incêndios”, explicou ao ECO o presidente do IAPMEI. “Vamos ter uma visão muito maior no controle da nossa zona marítima, que é muito extensa. Isso era muito importante para assegurarmos o controlo da zona exclusiva económica, mas também vai permitir a utilização para questões de defesa”, acrescentou.
De acordo com Von der Leyen “o paradigma de segurança da Europa foi abalado”. “Por um lado, a Rússia continua a travar uma guerra atroz em solo europeu. Por outro, profundas alterações geopolíticas abalaram a arquitetura de segurança do nosso continente”, elencou. “Há demasiado tempo que a Europa regista um défice de segurança. Precisa de recuperar urgentemente”, concluiu a responsável, num documento publicado após o seu discurso, proferido horas depois a Polónia ter sofrido 19 violações do seu espaço aéreo por drones russos.
O primeiro-ministro polaco já anunciou que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência desta violação.
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