Juros da dívida da Zona Euro aliviam apesar de corte no rating de França

Os juros da dívida dos países da Zona Euro estão a aliviar esta segunda-feira, incluindo as yields francesas, apesar de a Fitch ter cortado o rating de França na passada sexta citando a incerteza política.

A taxa associada às obrigações a dez anos francesas recua 3,4 pontos base para 3,251%. A yield também está em queda nos outros prazos, incluindo a dois e cinco anos, isto depois da turbulência que atingiu Paris nas últimas semanas com a queda do governo de François Bayrou — o Presidente Emmanuel Macron nomeou Sébastien Lecornu para liderar o próximo executivo.

Perante a indefinição e dúvidas em torno do governo, na sexta-feira, a agência Fitch cortou o rating soberano francês em um nível para ‘A+’, levantando ainda mais dúvidas junto dos investidores em relação ao país.

“A nossa principal preocupação em relação a França vem das próximas decisões de rating da Moody’s e/ou da S&P. Atualmente, a Moody’s e a S&P têm França no nível AA-. Se a incerteza política continuar, há o risco de pelo menos mais um downgrade”, referiu MohitKumar, analista da Jefferies, citado pela Reuters.

“Se França cai para o nível inferior a AA- em duas ou mais agências de rating, podemos ver algumas vendas forçadas de contas institucionais”, acrescentou.

Juros estabilizam

^{Fonte: Refinitiv (taxa das obrigações a 10 anos)}

Taxas portuguesas descem após upgrade da Fitch

As taxas portuguesas acompanham a tendência de descompressão no arranque de uma semana que se prevê muito ativa, com decisões dos bancos centrais dos EUA, da Inglaterra e do Japão a prometerem moldar o apetite dos investidores por dívida da região da moeda única.

A yield a dez anos cede três pontos base para 3,098%. Também há quedas de 2,8 pontos base e 1,2 pontos base nos prazos a cinco e a dois anos. O que acontece depois da a Fitch ter subido o rating de Portugal para o nível ‘A’.

Espanha assiste igualmente a um abaixamento das taxas de juros das obrigações com quedas ainda mais pronunciadas. Cede 3,4 pontos bases a dez anos, com a taxa a situar-se nos 3,25%, por exemplo.

Além das decisões dos bancos centrais, muitos países irão ao mercado esta semana para se financiarem, incluindo Portugal, Alemanha, França, Espanha, Eslováquia, Grécia e Finlândia, num total de 28 mil milhões de euros, de acordo com as estimativas do Commerzbank