Nove imóveis do Estado seguem para venda. Imóveis públicos serão mapeados até setembro de 2026 para concessões

Nove imóveis do Estado vão ser postos em hasta pública no âmbito do combate da crise na habitação. Plano é também que a Estamo faça o mapeamento e depois lance concursos públicos para concessões.

O Governo aprovou esta quinta-feira um conjunto de medidas para colocar o património do Estado ao serviço da habitação, que envolve a inicial colocação de nove imóveis públicos em hasta pública e 14 parcerias público-privadas (PPP) para arrendamento acessível.

“Estão elencadas dezenas e dezenas de imóveis. Hoje deixámos claro em Conselho de Ministros cerca de 10, que serão sujeitos a concursos públicos, geridos pela Estamo, para concessões desse património a prazos alargados“, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, na primeira parte de apresentação do programa de apoio à habitação.

Segue para venda em ‘leilão’ o antigo edifício da Presidência de Conselho de Ministros, no bairro de Campo de Ourique, bem como os seguintes imóveis:

  • Edifício da Secretaria Geral da Economia
  • Edifício do Ministério da Educação
  • Edifício da Direção-Geral de Ensino Superior
  • Edifício da Direção-Geral da Administração Escolar
  • Edifício da Secretaria-Geral do Ministério da Saúde
  • Edifício da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares,
  • Edifício na Rua Filipe Folque nº44 (Lisboa)
  • Avenida de Berna nº26 em Lisboa (desocupado)

O Conselho de Ministros deu também ‘luz verde’ à criação de um instrumento de PPP para gestão de património público. “Estas PPP pretendem colocar rapidamente do lado dos municípios e do setor privado, porque o Governo e o Estado não conseguem fazer sozinhos, dezenas e dezenas e dezenas de imóveis ao serviço da prioridade das políticas públicas”, explicou Miguel Pinto Luz.

Miguel Pinto Luz revelou que a Estamo vai mapear imóveis públicos até setembro de 2026 e lançar concursos públicos para concessões, no âmbito de um pacote de apoio à habitação que é mais transversal. O plano é aproveitar os imóveis do Estado que não estão a ser utilizados para colocar oferta no mercado habitacional.

É denso este conceito dos preços moderados, porque espalha o grau da sociedade e a classe média, que tem sido esquecida“, afirmou Miguel Pinto Luz.

De facto, a Estamo sai reforçada deste Conselho de Ministros, porque, além de fazer o cadastro nacional dos imóveis públicas, fica com mais poderes e capacidade de confrontar cada uma das pastas setoriais e verificar se determinado imóvel é necessário ou não” e, caso não seja, é posto sob a sua alçada.

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) vai gerir as rendas – num “limiar saudável” para a classe média – e o Banco de Fomento (BPF) funcionará como instrumento financeiro de articulação.

Nasce a sociedade que vai gerir Parque Cidade Tejo

O Conselho de Ministros aprovou ainda “outra forma de gerir um ativo importante a público”, o Parque Cidade Tejo, o projeto anunciado este verão e que prevê a construção de mais de 26 mil novas habitações e mais 200 mil postos de trabalho na Grande Lisboa.

Na prática, foi concretizada a criação da entidade pública Parque Cidades do Tejo, S.A., cuja dotação inicial é de 26,5 milhões de euros, e a gestão envolve um modelo paritário entre o Estado e os municípios envolvidos.

“Ou seja, o Estado passará a ter um instrumento que são as PPP, que pode tirar partido da relação com municípios ou privados, mas tem a capacidade também, na sua esfera de influência, de criar sociedades que têm facilitado o processo de licenciamento, alienação, gestão e ordenamento do território”, sintetizou o ministro.

Investimento de 9,2 mil milhões desde 2024

Miguel Pinto Luz destacou, na apresentação do novo “Construir Portugal” que este Governo aumentou o investimento na área da habitação no último ano. “Multiplicámos por cinco o que tínhamos em abril de 2024”, disse o governante com a pasta da Habitação. Desde que o Executivo tomou posse, ainda na legislatura anterior, o apoio à habitação envolve investimento global de 9.207 milhões de euros.

Como foram distribuídos os investimentos até agora?

  • PRR 1° Direito – 1.400 milhões de euros
  • PRR Arrendamento Acessível – 452 milhões de euros
  • PRR BNAUT – 203 milhões de euros
  • OE PRR 1° Direito – 790 milhões de euros
  • R. Excepção 1° Dto – 2.011 milhões de euros
  • Garantia de Estado – 2.500 milhões de euros
  • BEI Arrendamento Acessível – 1.340 milhões de euros
  • RCM Arrendamento Acessível – 511 milhões de euros

 

Esta medida insere-se num conjunto abrangente de outras que constam do novo “Construir Portugal” para mitigar a crise habitacional do país, que continuará na próxima semana com outro Conselho de Ministros sobre fiscalidade e arrendamento.

Notícia atualizada às 17h30 com mais informação

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