Sonae falha meta na reciclagem das embalagens de plástico por “limitações tecnológicas e da cadeia de valor”

Há seis anos, Sonae tinha projetado atingir 100% de embalagens de plástico da marca própria recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até ao final de 2025. Lança iniciativa “Falhar foi só o início”.

A Sonae anunciou esta terça-feira que atingiu 91% de reciclabilidade das embalagens de plástico das marcas próprias no primeiro semestre do ano, falhando assim a meta de chegar aos 100% que tinha definido para 2025. “Limitações tecnológicas e da cadeia de valor” entre os fatores apontados pelo grupo liderado por Cláudia Azevedo que impediram o objetivo.

Com o objetivo de reforçar o empenho neste compromisso, acaba de lançar a iniciativa “Falhar foi só o início”, com que pretendeser transparente, assumindo que ainda não [chegou] tão longe como ambicionado, mas também reconhecer o trabalho de inovação, agilidade e criatividade que levaram a este progresso”, justifica Daniel Fonseca, diretor de marca e comunicação da Sonae.

Em comunicado, a Sonae calcula que conseguiu melhorar a taxa de reciclabilidade das embalagens de plástico de marca própria de 72% em 2019 para 91% em junho de 2025. Isto depois de há seis anos ter estabelecido o objetivo de assegurar 100% de embalagens de plástico da marca própria recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até ao final deste ano.

“Superar os 91% de taxa de reciclabilidade das embalagens de plástico da marca própria é um motivo de enorme orgulho para a Sonae, que só foi possível por termos definido um objetivo e um prazo tão ambiciosos”, nota, ainda assim, o responsável de marca e comunicação da dona do Continente.

Limitações tecnológicas e da cadeia de valor travam meta

O grupo nortenho sublinha que a “reciclabilidade das embalagens de plástico enfrenta desafios tecnológicos, logísticos e comportamentais que tornam inviável, atualmente, atingir a taxa de reciclabilidade de 100% ambicionada para 2025″.

“Para assegurar a preservação, segurança e qualidade dos produtos, bem como o prazo de validade adequado no caso dos produtos alimentares, continuam a ser indispensáveis certos tipos de plástico, como são exemplo as embalagens com barreira ou multimateriais que permitem preservar as características de alguns alimentos e/ou prolongar a sua durabilidade, dificultando, assim, a sua substituição”, explica.

A Sonae enumera que existem também “entraves tecnológicos significativos na triagem e no processamento de certos tipos de plástico, como é o caso das embalagens de poliestireno, entre os quais os copos de iogurte, cuja ausência de especificações de triagem para este tipo de material torna inviável o seu upcycling em escala”.

Adicionalmente, outro desafio central é a participação ativa do consumidor no ciclo de reciclagem. “A viabilidade de reintegrar o plástico no sistema depende da devolução correta das embalagens após o uso. Contudo, erros na separação, falta de hábitos de reciclagem ou ausência de acesso facilitado a pontos de recolha reduzem significativamente as taxas de recuperação“, avança a Sonae, que viu os lucros do primeiro semestre disparar 41% com vendas recorde de 5,3 mil milhões de euros.

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