Ações da Impresa disparam mais de 56% com possível entrada de investidor
Ações regressaram com forte valorização após ser levantada suspensão pela CMVM devido às negociações com os italianos da MFE. Forte oscilação já originou vários congelamentos automáticos do sistema.
As ações da Impresa regressaram em força à negociação na bolsa lisboeta, com os títulos a intensificarem a tendência de subida, estando a escalar mais de 56%, perante a possibilidade de entrada de um novo investidor no capital. Os títulos tinham sido suspensos esta manhã pela CMVM, depois da notícia avançada pelo ECO de que a dona da SIC e do Expresso está a negociar um acordo de capital com os italianos da MFE, grupo fundado em 1980 por Sílvio Berlusconi e controlado pela família. Empresa já rodou mais de 4% do capital, com sete milhões de títulos transacionados.
As ações da Impresa, que voltaram à negociação com uma valorização de cerca de 40%, seguem a disparar 56,75% para 19,75 cêntimos por ação, com os investidores a reagirem às notícias sobre as negociações para vender parte do capital ao grupo de Berlusconi. Após a escalada registada pelas ações esta segunda-feira, a empresa já acumula uma valorização de cerca de 83% desde o início do ano, com uma capitalização bolsista superior a 33 milhões de euros.
A forte oscilação das ações já originou vários congelamentos automáticos do sistema. Estas “mini” paragens” ocorrem por um período de dois minutos quando são verificadas oscilações anormais das ações, conforme confirmou ao ECO fonte oficial da Euronext. No entanto, a negociação continua a decorrer normalmente na bolsa lisboeta, sem que as ações tenham voltado a ser suspensas.
Ações disparam 42% no regresso à negociação

A negociação está a ser acompanhada por um forte volume de negociação. Apenas esta sessão já foram transacionados uns impressionantes sete milhões de títulos, o que equivale a 4,2% do capital.
A CMVM, que tinha suspendido as ações “para permitir ao mercado absorver a informação entretanto divulgada, levantou a suspensão às 10h, segundo revelou em comunicado.
O forte apetite pelas ações do grupo de media, que detém a SIC e o semanário Expresso, surge depois de terem sido confirmadas pela própria empresa as negociações para a entrada de um novo acionista na empresa.
Tal como avançou o ECO, a Impresa está a negociar um acordo de capital com os italianos da MFE, grupo fundado em 1980 por Sílvio Berlusconi e controlado pela família, com presença internacional em mercados como Espanha, através da Telecinco. A situação financeira do grupo exige um acordo nos próximos meses.
“Em relação a Impresa, já há algum tempo que tínhamos ideia das dificuldades financeiras da empresa e temos vindo a vender a nossa posição que neste momento é muito residual e não tem qualquer expressão para a dimensão do fundo“, adiantou ao ECO Pedro Barata, gestor do GNB Portugal Ações, um dos fundos que detém ações da empresa.
De acordo com os dados das carteiras, relativos a agosto, disponíveis no site da CMVM, o fundo detinha, no final de agosto 1,8 milhões de ações da cotada, uma posição avaliada em 214 mil euros, o que equivale a 0,34% da carteira e 1,02% do capital da Impresa.
As dificuldades financeiras da Impresa está a forçar a empresa a procurar um investidor, uma vez que a companhia precisa de dinheiro fresco. De acordo com as contas a 31 de dezembro de 2024 (entretanto, os números de 2025 podem ter-se degradado), a dona da SIC e do Expresso precisa de uma recapitalização de cerca de 80 milhões de euros para repor a estrutura de capital a níveis sólidos.
(Notícia atualizada)
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