Exportadoras portuguesas reduziram margens no mercado norte-americano

Ajustamento poderá refletir a avaliação das empresas sobre o seu posicionamento em termos de competitividade-preço, mas também, em parte, a rigidez dos preços de venda na moeda de faturação.

A política comercial dos Estados Unidos está a ter consequências para as empresas exportadoras portuguesas, que reduziram as margens neste mercado face a outros destinos. A conclusão é do Banco de Portugal (BdP) numa análise divulgada esta terça-feira que revela reduções significativas quer no valor exportado quer no preço da exportação.

O valor nominal exportado pelas empresas refere-se ao montante total que Portugal recebeu pela venda de bens, sem ajuste pela inflação. Já os preços da exportação dizem respeito ao índice de valor unitário, uma medida aproximada das variações de preços dos bens exportados, que permite verificar se os preços subiram ou desceram.

Segundo o “Boletim Económico” de outubro verifica-se que as exportadoras nacionais registaram uma diminuição de sete pontos percentuais (pp.) no crescimento do valor exportado e de dois pontos no crescimento do preço de exportação para os EUA face a outros mercados. A comparação debruça-se sobre o período pré-Administração Donald Trump e após, embora não inclua o acordo formal com a Comissão Europeia, considerou as expectativas até junho.

A redução da taxa de crescimento do valor das exportações para os EUA é ainda mais acentuada no caso das empresas de menor dimensão, atingindo nove pontos percentuais. “O impacto mais pronunciado no valor do que no preço de exportação sugere uma contração relativa dos volumes exportados”, refere.

Fonte: “Boletim Económico” de outubro do Banco de Portugal

O ajustamento das margens poderá refletir a avaliação das empresas sobre o seu posicionamento face a outros concorrentes em termos de competitividade-preço, mas também, em parte, a rigidez dos preços de exportação na moeda de faturação“, assinala o Banco de Portugal, recordando que cerca de 40% das exportações portuguesas de bens para os EUA são faturadas em dólares.

Assim, destaca que a rigidez dos preços de exportação implica que, uma vez fixado o preço em dólares, este se mantenha estável no curto prazo, mesmo perante variações cambiais. Ou seja, quando o dólar deprecia face ao euro, como aconteceu nos últimos meses, o preço de exportação em dólares permanece inalterado, mas o preço convertido em euros diminui.

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