“Missão cumprida” para Lecornu. Macron deve escolher novo primeiro-ministro em 48 horas

  • ECO
  • 19:27

Sébastien Lecornu dá como "cumprida" a sua missão esta noite e adianta que o presidente francês deve escolher um novo primeiro-ministro nas próximas 48 horas.

Findo o prazo de 48 horas para uma nova oportunidade, Sébastien Lecornu está mesmo de saída do Matignon, residência oficial do primeiro-ministro francês. “Considero a minha missão cumprida”, disse Lecornu esta quarta-feira, em entrevista à France 2, antes de acrescentar que está convicto que o presidente Emmanuel Macron vai escolher um novo primeiro-ministro nas próximas 48 horas.

Lecornu tinha apresentado a demissão na última segunda-feira, horas depois da tomada de posse do seu governo, mas Macron pediu para conduzir negociações até esta quarta-feira para encontrar uma plataforma de estabilidade para o país. “Aceitei trabalhar 48 horas em condições que não são fáceis”, disse.

Nos contactos com os partidos políticos – do qual se excluiu Marine Le Pen que pede a demissão de Macron –, Lecornu afirma que ninguém quer “correr o risco de não ter um orçamento até dezembro” e avisa que seria “dramático” para o país não existir um documento. Por isso, na próxima segunda-feira, será apresentada uma proposta de orçamento para 2026, “mesmo que não seja perfeita”, e haverá “muito a debater”.

Em reação à entrevista, o bloco mais à esquerda liderado por Jean-Luc Mélenchon defendeu a “realização imediata” de eleições presidenciais. “O país não pode perder mais tempo”, escreveu na rede social X.

 

Sébastien Lecornu torna-se assim o chefe do executivo com o mandato mais curto da história moderna de França. Sem revelar quem poderia ser o seu substituto, descartou a possibilidade de voltar ao cargo.

Lecornu foi o quinto primeiro-ministro do presidente Emmanuel Macron desde 2022 e o terceiro desde as eleições parlamentares antecipadas do verão passado.

As últimas eleições legislativas deixaram a França com um parlamento sem maioria, dividido em três blocos: a aliança centrista do presidente, uma coligação de esquerda e a extrema-direita do Rassemblement National.

À crise política junta-se uma financeira. O défice da França está próximo dos 6% do Produto Interno Bruto (PIB) — o dobro do limite da UE — e a sua dívida entre as mais elevadas do bloco.

A aprovação de um orçamento de austeridade nesta assembleia fragmentada já custou o cargo a dois dos antecessores de Lecornu. Ao renomear rostos conhecidos para o seu gabinete no domingo à noite, Lecornu irritou tanto aliados como adversários por os associarem a medidas de austeridade de governos anteriores.

Os conservadores afirmaram que a composição não representava a prometida “rutura” com a política do passado, enquanto outros a descartaram como prova de que o presidente francês continua a recusar-se a fazer quaisquer compromissos.

Agora, as atenções recaem diretamente sobre o chefe de Estado francês, que enfrenta poucas opções para responder à crise política. De acordo com a Euronews, o presidente francês poderá nomear um novo primeiro-ministro, dissolver novamente a Assembleia Nacional, renunciar ao cargo ou ser destituído do cargo de presidente.

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