Investimento vai crescer 5,5% à boleia do PRR no próximo ano
“Orçamento foi construído com o pressuposto que os 22,2 mil milhões de euros do PRR serão executados na totalidade”, disse o ministro das Finanças.
O investimento vai crescer 5,5%, no próximo ano, à boleia da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que em 2026 entra no ano derradeiro de execução. Para este ano, o crescimento previsto é de 3,6%, um abrandamento face aos 4,2% de 2024.
“Nos próximos meses, o maior investimento em defesa, a execução dos concursos de obras públicas já lançados e dos investimentos relativos ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a par do alívio das pressões no setor relativas aos custos dos materiais e ao custo do crédito, deverão contribuir positivamente para a dinâmica do investimento até ao final de 2025, implicando um crescimento médio anual de 3,6%”, lê-se na proposta de Orçamento do Estado para 2026.
“Em 2026, ano de finalização dos investimentos ao abrigo do PRR, a FBCF deverá apresentar uma aceleração para 5,5%”, acrescenta o documento. O Governo é o mais otimista de todas as organizações que fazem projeções. Segundo o ministro das Finanças este crescimento deve-se ao PRR, “mas também ao investimento privado, fruto dos grandes projetos de investimento que o país teve capacidade de atrair”.
Na conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento, Joaquim Miranda Sarmento disse que o “Orçamento foi construído com o pressuposto que os 22,2 mil milhões de euros do PRR serão executados na totalidade”. “Mas daremos prioridade às subvenções”, precisou, “procurando executar os empréstimos”. O investimento total financiado no âmbito do PRR ascende a 9.367,1 milhões de euros.
O ministro das Finanças sublinhou ainda que “vai ser necessário mais investimento público do que aquele que seria expectável perante a depreciação normal das infraestruturas”, um facto atribuído à constante revisão em baixa do investimento público face ao orçamentado.
“Desde 2012 que o investimento tem sido sistematicamente inferior à depreciação do capital, o que significa que não tem sido suficiente para compensar a perda de valor dos ativos existentes”, lê-se na proposta do Orçamento. “Perante este cenário, o reforço do investimento público surge como condição necessária para inverter a tendência de depreciação do stock de capital público que se verifica desde 2014. A implementação do PRR deverá contribuir para este objetivo. As projeções para a evolução do stock de capital público em 2025 e 2026 obtidas com base no atual cenário macroeconómico implicam um aumento do peso deste no PIB em 2025 e 2026“, acrescenta a proposta.
Mas este aumento do investimento financiado sobretudo por fundo europeus, nomeadamente o PRR, vai ter um impacto negativo nas contas públicas. Joaquim Miranda Sarmento explicou que os projetos do PRR financiados por empréstimos vão ter um impacto de 0,8 pontos percentuais do PIB. O Executivo destaca como resultado o alargamento do parque habitacional, a transição digital nas Administrações Públicas, a expansão das redes rodoviária e de metropolitano, os investimentos nas infraestruturas tecnológicas e físicas do Serviço Nacional de Saúde no âmbito dos cuidados de saúde primários, a instalação e modernização de centros tecnológicos especializados e o aumento da oferta de alojamento estudantil a preços acessíveis.
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