Eurodeputada Lídia Pereira aprova redução “gradual” de apoios aos combustíveis em Portugal

"Temos que encontrar aqui uma forma de não implementar políticas que sejam contra as pessoas", defende a eurodeputada do PSD.

A eurodeputada Lídia Pereira afirma que “as políticas públicas não podem ser contra as pessoas” e, por isso, concorda que o Governo português reduza de forma “gradual” os apoios aos combustíveis em vigor no país, apesar dos avisos reiterados da Comissão Europeia. Defende que exista “diálogo” e compreensão face à economia do país, já que Portugal tem sido um bom aluno na descarbonização.

Temos que encontrar aqui uma forma de não implementar políticas que sejam contra as pessoas, e aquilo que o senhor ministro das Finanças disse reafirma esse compromisso”, entende Lídia Pereira, eurodeputada no Parlamento Europeu, da ala do Partido Social Democrata (PSD).

As medidas de apoio aos combustíveis – reduzir o desconto no ISP e descongelar gradualmente a atualização do adicionamento sobre as emissões de CO2 (taxa de carbono) – começaram a ser retiradas em 2023, mas ainda vigoram, apesar dos alertas por parte da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu para pôr fim a estes apoios, que têm vindo a repetir-se desde 2023.

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, indicou, no rescaldo da apresentação da proposta do Orçamento do Estado, que o Executivo vai aproveitar, ao longo do ano, alguma fase em que a descida dos combustíveis seja suficiente para acomodar a retirada do desconto na taxa de ISP calculado em função do aumento da receita de IVA.

A Comissão Europeia também tem que compreender que há um povo português com as suas necessidades, com as suas fragilidades e para os quais é preciso oferecer soluções“, sendo que as condições económicas não só das empresas mas em particular das famílias são “bastante afetadas” pela mexida neste tipo de impostos, defende a eurodeputada, em declarações ao ECO/Capital Verde. A mesma acredita que “o Governo está empenhado nisso”.

Tem que haver aqui um diálogo com a Comissão Europeia. Porque eu creio que quando falamos de descarbonização, Portugal é de longe um dos países que está, de facto, comprometido com essa agenda”, remata Lídia Pereira.

Na resolução que a delegação que representa o Parlamento Europeu leva à Conferência do Clima deste ano (COP30), lê-se que, do ponto de vista dos eurodeputados, “é importante” reduzir os subsídios aos combustíveis mais poluentes. No texto, é com “preocupação” que o PE regista o aumento destes subsídios ao longo dos últimos anos, que, em 2023, atingiram os 620 mil milhões de dólares à escala mundial.

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