EUA não enviarão representantes de alto nível à COP30

  • Lusa
  • 17:34

Os Estados Unidos da América estarão ausentes com "representantes de alto nível" na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que vai decorrer em Belém, Brasil.

Os Estados Unidos da América (EUA) não vão enviar “representantes de alto nível” à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que vai decorrer em Belém, Brasil, a partir de 10 de novembro, anunciou um responsável da Casa Branca.

“Os Estados Unidos não enviarão representantes de alto nível à COP30″, afirmou a mesma fonte, explicando que “o Presidente Donald Trump dialoga diretamente com líderes de todo o mundo sobre questões energéticas”.

O Presidente dos EUA, que classificou as alterações climáticas como “a maior fraude de sempre” e ridicularizou a ciência climática no fórum da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) há algumas semanas, não tenciona comparecer.

Quando regressou ao poder, em janeiro, Donald Trump decidiu retirar novamente os EUA do Acordo de Paris, tal como fez durante o seu primeiro mandato. No entanto, como é necessário um pré-aviso de um ano antes da retirada efetiva do acordo, o país mantém-se como signatário.

Segundo a AFP, o republicano tenciona ir mais longe. Recentemente Washington sabotou um plano global destinado a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, tendo ameaçado com medidas retaliatórias os países que eram favoráveis ao plano.

E os defensores do clima temem que Donald Trump pretenda retirar os EUA da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, o que poderá impedir as futuras administrações de voltarem a integrar o Acordo de Paris.

Numa altura em que a administração Trump boicota a cimeira climática, mais de uma centena de autoridades locais americanas -, governadores, presidentes de câmara e outros representantes eleitos – estarão presentes. “Iremos em peso”, afirmou Gina McCarthy, conselheira para os assuntos climáticos do ex-Presidente dos EUA Joe Biden e copresidente da coligação “America Is All In”, que reúne estas autoridades eleitas comprometidas com a causa climática. “As autoridades locais eleitas têm o poder de agir por iniciativa própria, de liderar ações climáticas tanto a nível nacional como internacional e cumpriremos as promessas feitas ao povo americano e aos nossos parceiros internacionais”, disse.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, insistiu em organizar a 30.ª conferência anual das Nações Unidas sobre as alterações climáticas na Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, que desempenha um papel fundamental na luta contra as alterações climáticas. Os objetivos do Brasil para a COP30 estarão centrados na transição energética justa, bioeconomia baseada na floresta em pé e na proteção das populações vulneráveis aos impactos climáticos.

A ministra do Ambiente do Brasil, Marina Silva, disse na sexta-feira querer mostrar aos líderes e às delegações presentes em novembro na COP30 que existe o risco da Amazónia “chegar ao ponto de não retorno”.

Em 2024, cerca de 75 líderes participaram na COP29 no Azerbaijão, um número já inferior ao da edição anterior no Dubai. Segundo o Brasil, 170 delegações estão acreditadas para a conferência climática da ONU.

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