DGERT “detetou irregularidades” no despedimento coletivo da Teleperformance em Lisboa, Porto e Covilhã
Ministério do Trabalho indica, em resposta ao BE e ao PCP, que foram detetadas "várias irregularidades" no despedimento coletivo na Teleperformance. Empresa refuta, em resposta ao ECO.
A Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT) detetou “várias irregularidades” no despedimento coletivo que a Teleperformance está a levar cabo, tendo já advertido a empresa. A situação não foi, no entanto, corrigida até ao momento e seguirá agora para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), segundo as respostas enviadas pelo Ministério do Trabalho aos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP. Em resposta enviada, entretanto, ao ECO, fonte oficial da Teleperformance refuta, porém, quaisquer irregularidades.
“Durante a fase de instrução do processo de despedimento coletivo, foram detetadas várias irregularidades pela DGERT, tendo sido a empresa advertida para o efeito, até ao momento sem sucesso, pelo que, a DGERT participará à ACT, para os devidos efeitos, a qual, no âmbito das suas competências e atribuições, se encontra a acompanhar o processo”, indica o gabinete de Maria do Rosário Palma Ramalho aos deputados.
“A ACT continuará a acompanhar o processo de despedimento coletivo até à decisão final e cessação dos contratos de trabalho, por forma a verificar do cumprimento das obrigações e garantir os direitos legalmente previstos nesta matéria”, garante ainda a tutela, que refere ainda que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) está “atento e totalmente disponível para apoiar os trabalhadores“.
O despedimento coletivo na Teleperformance foi noticiado em meados de outubro. Conforme escreveu o ECO na altura, a empresa justificou a decisão com “o ambiente empresarial volátil que afeta a Europa desde o início do ano e sem sinais de melhoria em 2026”.
“A TP Portugal iniciou um plano de reestruturação para promover a sua adequação organizacional ao atual ambiente empresarial, que inclui a difícil decisão de reduzir ligeiramente a sua força de trabalho”, salientou fonte oficial.
Na altura, o ECO perguntou que perfil de trabalhadores seria afetado, mas a empresa não detalhou. Agora, em resposta ao Bloco de Esquerda e ao PCP, o Ministério do Trabalho indica que a comunicação inicial relativa ao processo de despedimento coletivo sinaliza 218 trabalhadores, dos quais “103 diretamente associados à área de operações, 115 associados à área de suporte, afetos a três locais de trabalho distintos: Lisboa, Porto e Covilhã”.
Segundo a tutela, a empresa indicou “essencialmente” motivos de natureza económica, de mercado e estruturais, nacionais e internacionais, “mormente, por ter visto 25 projetos terminarem, e quatro terem sido reduzidos parcialmente por decisão dos clientes“.
Entretanto, a própria empresa já reagiu a esta nota da tutela. “A TP em Portugal refuta quaisquer irregularidades no processo e mantém-se convicta de que o mesmo foi tramitado no rigoroso cumprimento da lei”, assevera fonte oficial.
A Teleperformance diz ainda que esteve em contacto frequente com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho e com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) desde o início.
“Todos os colaboradores abrangidos foram informados e reuniões individuais sobre os motivos, critérios e fases do processo. Neste período, todos os pedidos de esclarecimento da DGERT e da ACT foram respondidos e fundamentados nos prazos estabelecidos, com total transparência, pelo que se nega qualquer ausência de ação e alegação de incumprimento”, sublinha a mesma fonte.
E remata: “a TP em Portugal reafirma que sempre pautou a sua conduta pela total transparência, abertura ao diálogo e rigoroso cumprimento da lei, tanto com os seus colaboradores como com todas as entidades oficiais envolvidas.”
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