74,1% dos espanhóis avaliam positivamente a relação entre Espanha e China

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2025

Além disso, no contexto das tensões comerciais com os Estados Unidos, 67,1% dos inquiridos considera que Madrid deve defender os seus próprios interesses.

A grande maioria dos espanhóis, 74,1%, avalia positivamente a relação bilateral entre Espanha e China, conforme revela uma sondagem realizada pela SW Demoscopia por ocasião da recente visita dos Reis ao país asiático.

O estudo demoscópico, realizado entre os dias 13 e 15 deste mês de novembro através de mais de 1.100 entrevistas, traça um cenário em que a opinião pública apoia claramente a aproximação entre Espanha e China, tanto em termos simbólicos como estratégicos. De facto, os resultados indicam que os cidadãos espanhóis interiorizaram a relação com o país asiático como uma oportunidade e não como uma ameaça, apoiando assim uma política externa que mantenha aberto e estável esse canal de cooperação.

Assim, entre outros dados, destaca-se que 64,6% dos inquiridos consideram positiva a estratégia geral da Espanha em relação à China, em comparação com a posição imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra 28,5% que, pelo contrário, a consideram negativa.

Da mesma forma, esta parceria Espanha-China não só é vista como positiva por uma grande maioria, como 67,6% dos cidadãos considera que deve ser aprofundada ainda mais. Apenas um em cada três espanhóis (32,4%) a rejeita.

O estudo também analisa como os cidadãos querem que a Espanha se posicione em relação aos Estados Unidos quando entram em jogo os acordos comerciais com a China. Assim, à pergunta se a Espanha deve apoiar os interesses dos Estados Unidos ou defender os seus próprios interesses e acordos com a China, apenas 19,8% acreditam que Madrid deve alinhar-se com os interesses de Washington, contra os já mencionados 67,1% que defendem a defesa dos seus próprios interesses e acordos comerciais com o país asiático. Entre os dois extremos, 13,2% optam por manter uma posição intermédia («nem um nem outro»).

Ao mesmo tempo, a população percebe que a Espanha ainda mantém uma forte dependência dos Estados Unidos em matéria de política externa e defesa em comparação com outros países europeus. Algo que fica evidente em dados como o fato de que 25,7% acreditam que a Espanha é “muito dependente” e 41,3% “bastante dependente”, o que soma 67% (mais de dois em cada três inquiridos) que percebem uma elevada dependência. Em contrapartida, apenas 24,2% consideram-na «pouco dependente» e 4,1% «nada dependente».

Entretanto, 72,8% dos cidadãos consideram que a Espanha deve marcar a sua própria liderança e tornar a China um país «amigo e parceiro», contra 20,2% que defendem competir com a China e não buscar acordos de cooperação e 7% que apelam para enfrentar o país asiático como fazem os Estados Unidos.

Neste ponto, analisando a resposta de acordo com o partido em que os cidadãos votam, observa-se que mais de metade dos eleitores do PP (55,2%) e do Vox (48,2%) acreditam que a Espanha deve marcar a sua própria liderança e tornar a China um país amigo e parceiro.

A ESTRATÉGIA DE PEDRO SÁNCHEZ

Por outro lado, a sondagem também mede a avaliação da estratégia do presidente do Governo, Pedro Sánchez, em relação à China, mostrando que 54,8% dos espanhóis avaliam positivamente a sua gestão em matéria de relações com a China, contra 40,7% que a criticam.

E no que diz respeito à relação do Governo com o presidente chinês, Xi Jinping, a grande maioria, 80,8% dos inquiridos, percebe-a de forma positiva, contra apenas 12,4% que a consideram negativa. Estes resultados reforçam a ideia de que a opinião pública apoia uma política de diálogo e cooperação com a liderança chinesa, num contexto internacional marcado por tensões comerciais e políticas.

A pesquisa também inclui uma pergunta específica sobre a área em que os cidadãos acreditam que a Espanha pode obter maiores benefícios de sua relação com a China, e mais da metade dos cidadãos (51,8%) tem certeza de que a área de Inteligência Artificial e computação quântica é a que pode trazer maiores benefícios estratégicos para a Espanha em sua aliança com o país asiático. Seguem-se, com percentagens menores, o turismo, a cultura e a educação (14,9%) e a área de infraestruturas e transportes (10,1%).

Por último, 80% dos inquiridos avalia como positiva a atitude e a relação sólida do presidente chinês em relação à Espanha, contra 12,4% que opina o contrário. Além disso, 71,7% acredita que Xi Jinping está mais orientado para colaborar com a Espanha do que Donald Trump, que só consegue somar 10,8% dos cidadãos neste duelo entre presidentes.

Neste ponto, 50% dos eleitores do PP e 57% dos eleitores do Vox acreditam que Xi Jinping está mais orientado para colaborar com o nosso país. Apenas 21,7% dos eleitores do PP e 23,1% dos eleitores do Vox afirmam que é Donald Trump.

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