Carlos Costa alerta para “guilhotinas de passagem à aposentação” que foram um erro
Para antigo governador, é necessário avaliar capacidade das pessoas se manterem ativas, tendo em conta o "problema da satisfação pessoal e coletiva em torno do contributo para a sociedade".
O antigo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu esta terça-feira que um dos “maiores erros” que se cometeu em Portugal foi “criar guilhotinas de passagem à aposentação, não atendendo ao contributo” dos trabalhadores.
Carlos Costa falava sobre os desafios macroeconómicos atuais de Portugal e da Europa, na conferência ‘O Orçamento do Estado para 2026’, organizada pela Ordem dos Economistas, onde afirmou que é necessária uma “reflexão mais profunda” sobre o envelhecimento ativo e a forma como atualmente se faz a passagem para a reforma.
O ex-vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) salientou que a sociedade “olhou para a passagem para a reforma como um privilégio, quando a esperança média de vida era pequena e a vida social se organizava fora do trabalho“, mas “hoje, a aplicação desta regra de forma restrita tem consequências nefastas, quer para a sociedade, quer para o beneficiário da aposentação”.
Para Carlos Costa, é necessário avaliar a capacidade das pessoas se manterem ativas, nomeadamente tendo em conta o “problema da satisfação pessoal e coletiva em torno do contributo para a sociedade“.
Referiu o exemplo francês para “equacionar sobre a idade de passagem à reforma”, apontando também que se deve ponderar se esta transição “deve ser uma imposição ou uma opção”. “Se é uma opção, se deve ser por mútuo acordo das duas partes ou se pode ser exercida bilateralmente”, acrescentou.
O antigo governador considerou que é necessário “pensar muito seriamente” sobre este tema, nomeadamente pelo risco de “desperdiçar capital humano”, num país com “carência de competências”.
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