BRANDS' ECO Design de Experiências Turísticas e Bem-Estar

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  • 25 Novembro 2025

É fundamental compreender a experiência turística e como as empresas podem facilitá-la. Face a desafios e oportunidades tecnológicas, importa colocar o foco no bem-estar.

No contexto da economia das experiências, o design de experiências expandiu-se a nível da investigação em turismo e prática empresarial. Hoje discutimos em que medida este tema pode contribuir para o bem-estar dos visitantes e da comunidade. A diversificação das experiências e o avanço da tecnologia constituem desafios e oportunidades, tornando-se indispensável compreender como as organizações podem gerir melhores experiências a nível sensorial, cognitivo, emocional e social.

Dora Agapito, Diretora do Doutoramento em Turismo e Professor Auxiliar com Agregação na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve

Os estudos têm-se focado na identificação de estímulos (ex. sons, cores, cheiros, texturas, gastronomia locais) capazes de atrair a atenção e aumentar o envolvimento, a satisfação e a fidelização dos indivíduos aos destinos e empresas. Recentemente, é importante olharmos para o bem-estar, crescimento pessoal e transformação dos visitantes, bem como para a qualidade de vida da comunidade. Para além de uma perspetiva hedónica, relacionada com o prazer e emoções positivas, importa considerarmos que os indivíduos procuram de forma crescente experiências com significado (visão eudaimónica). É urgente articularmos o design de experiências com os valores da sustentabilidade e estratégias de turismo mais responsável.

Se olharmos para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o ODS 3, associado à boa saúde e bem-estar, deve assumir um papel central no design de experiências, a par do consumo e produção responsáveis (ODS 12) e do crescimento económico (ODS 8). É essencial monitorização, já que a perceção das experiências pode variar no tempo, desde a antecipação, à experiência no local, recordação e partilha. O que torna uma experiência positiva para todos? Como melhorá-la para aqueles que não podem ver, ouvir ou andar? Como analisar experiências que são altamente pessoais e, ainda assim, generalizáveis para fins de gestão? Como podemos atuar no sentido de usar a tecnologia para endereçar estas questões nos destinos?

Processos de cocriação e codestruição podem coexistir nas experiências turísticas, mas a concentração dos estudos nos turistas é notória. É fundamental integrarmos diferentes ângulos (turistas, residentes, organizações locais, empresas e entidades governamentais) para garantir um design de experiências coeso. O uso isolado de métodos autorreportados (questionários, entrevistas) limita ainda as análises à recordação das experiências, não captando as experiências em tempo real. Estudos interculturais são escassos. O design de experiências deve ser abordado de forma inclusiva, com base na lógica do design universal de experiências.

A experiência física não é substituída pela tecnologia. A complementaridade deve existir. A presença no ambiente digital pode ser otimizada, permitindo contacto prévio dos visitantes com o destino, auxílio nos processos de decisão e experiências mais acessíveis e inclusivas.

Dora Agapito

Diretora do Doutoramento em Turismo e Professor Auxiliar com Agregação na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve

A tecnologia cria oportunidades não só para o surgimento de novas experiências, virtuais, híbridas e imersivas, combinando elementos físicos e digitais (realidade aumentada, metaverso). A digitalização da oferta dos destinos de forma integrada assume destaque. Novas ferramentas para recolha e análise de dados surgem com os avanços tecnológicos. É necessário compreendermos as experiências de forma mais aprofundada e diversificarmos amostras nos estudos quanto ao contexto cultural, perfil sensorial e mobilidade. Destacam-se ainda os instrumentos de medição fisiológica. A utilização de aplicações móveis pode também ajudar no mapeamento das experiências. Destaco ainda que a articulação entre tecnologia e storytelling, que pode incluir design interativo, narrativas locais e inteligência artificial, pode auxiliar o design de experiências turísticas, ao focar recursos locais e envolver diferentes intervenientes.

A experiência física não é substituída pela tecnologia. A complementaridade deve existir. A presença no ambiente digital pode ser otimizada, permitindo contacto prévio dos visitantes com o destino, auxílio nos processos de decisão e experiências mais acessíveis e inclusivas. No âmbito regional, considero esta reflexão particularmente relevante para gerir os recursos de forma mais sustentada e eficiente. Por exemplo, a CCDR Algarve, enquanto gestora da Estratégia Regional de Especialização Inteligente, promoveu recentemente reflexões para a Descoberta Empreendedora da Plataforma de Inovação e Colaboração (PIC), dedicada ao domínio Digitalização e Tecnologias de Informação e Comunicação. Um dos grupos de trabalho a discutir estas matérias centra-se na área do turismo. A iniciativa privilegia a reflexão conjunta entre academia, organizações, gestão e governança. Este é o rumo a seguir para apostar numa gestão dos recursos locais e financiamento de forma sustentada, com implicações ao nível das prioridades de investigação e prática na região de forma integrada.

Este artigo expressa apenas a opinião do seu autor, não representando a posição das entidades com as quais colabora.

Dora Agapito

Dora Agapito é Diretora do Doutoramento em Turismo e Professor Auxiliar com Agregação na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve. É coordenadora da área de investigação em Gestão do Turismo e Hospitalidade no CinTurs. É doutorada em Turismo, com agregação em Ciências Económicas e Empresariais, especialidade em Gestão.

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