Medina otimista com evolução do rating este ano

Após a melhoria da perspetiva por parte da Fitch, o que antecipa uma subida do rating, o Governo reforça o seu otimismo de que a notação financeira de Portugal melhorará em 2022, mesmo com a guerra.

Em fevereiro, um dia depois da invasão russa na Ucrânia começar, a DBRS melhorou a perspetiva (outlook) do rating de Portugal. Na passada sexta-feira, foi a vez da Fitch dar o mesmo passo. Estes sinais de duas das quatro principais agências de notação financeira dão otimismo ao Ministério das Finanças para as próximas decisões de rating que ocorrerão ainda em 2022, criando a expectativa de que haja uma subida efetiva da notação financeira, apesar da guerra.

“Já no início de 2022, é ainda de destacar a subida da perspetiva, de «estável» para «positiva», tanto da notação atribuída pela DBRS, como pela Fitch”, refere a nota explicativa do OE2022 que o Ministério das Finanças preparou para os deputados, antecipando que, “em conjunto com a revisão da Moody’s, estas alterações apontam para um caminho positivo no que respeita às revisões de rating calendarizadas para o corrente ano“.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, é ouvido esta sexta-feira de tarde na Assembleia da República naquela que é a última audição de um ministro na fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). Na nota explicativa, o gabinete de Medina replica maioritariamente a informação que consta do relatório do OE2022 entregue em abril, mas acrescenta esta referência ao rating dado que a Fitch só melhorou a perspetiva na semana passada.

No final de abril, também numa audição do OE2022, João Nuno Mendes, secretário de Estado do Tesouro, disse que a expectativa do Governo é que haja melhorias do rating de Portugal em 2022 e 2023 graças às “contas certas”, com o défice e a dívida a descerem, depois de em fevereiro o ex-ministro das Finanças, João Leão, ter admitido que a guerra era um “desafio adicional” a essa expectativa.

A melhoria da perspetiva de “estável” para “positiva” tanto por parte da DBRS como da Fitch significa que estas duas agências de rating poderão aumentar a notação financeira do país em causa nas decisões seguintes, podendo demorar apenas alguns meses até o fazer.

A Fitch deve voltar a pronunciar-se sobre o rating do país a 28 de outubro enquanto a DBRS deverá voltar a pronunciar-se sobre Portugal em 26 de agosto. A próxima agência a reavaliar a dívida portuguesa deve ser a Moody’s, a dia 20 de maio.

No caso da DBRS, a agência tinha dito em fevereiro que a notação de Portugal pode voltar a ser melhorada, desde que se mantenha a trajetória “firme” de redução do rácio da dívida pública.

No caso da Fitch, a agência escreveu que as perspetivas a médio prazo para a economia “permanecem largamente positivas”, mas também alertou que o ambiente externo incerto “representa um risco descendente para Portugal” no segundo semestre do ano.

Uma eventual melhoria do rating pode levar a uma redução da almofada financeira do IGCP, antecipou a agência que gere a dívida pública antes da guerra começar — uma expectativa que pode ter mudado também pela aceleração da normalização da política monetária. “O objetivo deverá manter-se próximo de 30% das necessidades brutas de financiamento do ano seguinte atenta a sazonalidade dos reembolsos, podendo progressivamente reduzir-se por via de melhoria da avaliação creditícia de Portugal”, respondeu na altura fonte oficial do IGCP.

A notação financeira é uma avaliação atribuída pelas agências de rating, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito da dívida pública ou privada.

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