Lucro da Caixa dispara 80% para 146 milhões no primeiro trimestre

Banco público dá conta de uma melhoria generalizada do negócio no arranque do ano, apesar do impacto da guerra na Ucrânia, com receitas e volume de negócios a aumentarem em toda a linha.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os resultados foram penalizados pelo reforço das imparidades para a pandemia.

O banco dá conta de uma melhoria generalizada do negócio no arranque do ano, apesar do impacto da guerra na Ucrânia, com a margem financeira a subir 14% para 272 milhões de euros e os resultados com comissões a aumentarem 16,7% para 147 milhões de euros.

As unidades em Moçambique e Angola ajudaram, mas também a atividade doméstica, segundo a Caixa, que demonstrou “evidentes ganhos de produtividade comercial evidenciados pelo crescimento do crédito nos segmentos de empresas e particulares e, neste último, nas vertentes habitação e consumo”. Aliás, o lucro em Portugal mais do que duplicou para 118 milhões, enquanto a atividade internacional aumentou os resultados em 28,7% para quase 38 milhões.

Os financiamentos às empresas e famílias aumentaram 1,8% para 51,1 mil milhões de euros (habitação avança 20% e consumo dispara 67%), e os recursos de clientes também subiram 1,7% para 81,1 mil milhões.

Sobre as comissões, o aumento das receitas deveu-se sobretudo às comissões associadas à colocação de fundos de investimento (+5,4 milhões de euros) e seguros financeiros (+3,9 milhões de euros) e ao aumento das transações com os diversos meios de pagamento, dada a progressiva reabertura da economia, explica o banco.

ROE a alinhar-se com Europa

A ajudar ainda nos resultados estiveram os ganhos nos outros resultados de exploração, que aumentaram 25,6 milhões, graças à venda de um terreno em Lisboa, na zona de Marvila. “Este ganho não recorrente ajudou a compensar o aumento dos custos de supervisão e resolução registados no primeiro trimestre de 2022, face a março de 2021″, refere a Caixa. Os custos regulatórios para o ano de 2022, num total de 73,5 milhões de euros, foram contabilizados na íntegra no primeiro trimestre, adianta o banco.

A instituição liderada por Paulo Macedo diz que o resultado permitiu subir a rentabilidade dos capitais próprios (REO) em três pontos percentuais para os 7,2% no final de março, “um nível já mais em linha com o que é verificado a nível europeu”, lembrou a administradora financeira, Maria João Carioca, na apresentação dos resultados.

Do lado dos custos, os encargos com pessoal aumentaram 20% para 194,3 milhões de euros.

Imóveis em mínimos desde 2008

Olhando para a qualidade da carteira de crédito, o rácio de malparado baixou 0,8 pontos percentuais, passando dos 3,6% para 2,8% no final de março. O rácio de malparado líquido manteve-se nos 0%. E isto enquanto os imóveis detidos para venda reduziram 8,2% para 368 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2008, assinala a Caixa.

“O contexto reserva cautela e atenção para manter este desempenho” na qualidade do crédito, disse Carioca aos jornalistas.

Quantos aos rácios de solvabilidade, o rácio CET 1 melhorou 0,2 pontos percentuais para 18,2%. A Caixa dispõe de uma posição de solidez financeira acima dos níveis em Portugal e Europa.

O banco acabou de anunciar um dividendo de 241 milhões de euros ao Estado relativamente aos resultados do ano passado. Em março avançou com a recompra de títulos AT1 no valor de 500 milhões de euros e que vai permitir poupanças de quase 50 milhões por ano e aumentar a capacidade de a Caixa gerar lucros.

(Notícia atualizada às 17h43)

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