Presidente de associação de bancos admite imagem “muito por baixo” da banca

  • Lusa
  • 7 Março 2017

Faria de Oliveira admitiu que o reforço da confiança dos cidadãos “é uma prioridade” para os próprios bancos, mas não adiantou mais pormenores.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, reconheceu esta terça-feira que “a imagem do sistema bancário continua muito por baixo” e defendeu um reforço da confiança dos cidadãos na banca. Faria de Oliveira resumiu assim, em pouco menos de um minuto, mais de uma hora e meia de reunião com deputados do grupo parlamentar do PS, que está a preparar um pacote legislativo para a banca.

O presidente da APB descreveu a reunião como uma “troca de impressões” sobre um “conjunto de iniciativas” para o reforço do sistema bancário e da confiança dos cidadãos na banca, abalada por uma série de “casos” que envolveram bancos nos últimos anos, como o BPN e BES.

Não há dúvida que a imagem do sistema bancário continua muito por baixo.

Faria de Oliveira

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos

Questionado sobre o tipo de medidas que poderiam ser adotadas, Faria de Oliveira admitiu que o reforço da confiança dos cidadãos “é uma prioridade” para os próprios bancos, mas não adiantou mais pormenores.

“Não há dúvida que a imagem do sistema bancário continua muito por baixo. Os próprios bancos são os primeiros interessados em reforçar a sua relação de confiança com os clientes, criar um clima de verdadeira confiança com os clientes”, disse, sem adiantar as propostas defendidas na reunião com os deputados socialistas.

O setor bancário tem vivido anos conturbados, com o fim do Banco Espírito Santos (BES), em 2014, e a criação do Novo Banco, o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do BES e que está em processo de venda. Nos últimos cinco anos, a Assembleia da República já criou cinco comissões de inquérito, primeiro do Banco Português de Negócios (BPN), em 2012, depois, em 2015, a do Banif, do BES, a da Caixa Geral de Depósitos, em 2016, e, já este ano, vai ser uma aprovada uma segunda sobre a Caixa.

A supervisão do Banco de Portugal (BdP) também está sob escrutínio, nomeadamente quanto à ação, ou falta dela, do governador no caso BES. Na semana passada, o caso voltou a ganhar relevância depois de a SIC ter emitido uma reportagem sobre o caso BES, com incidência na atuação do BdP no segundo semestre de 2013.

Segundo a reportagem, técnicos do BdP assinaram uma nota informativa interna, logo em novembro de 2013, na qual punham em causa a continuidade de quatro administradores do BES e sugeriam mesmo o afastamento imediato do presidente, Ricardo Salgado. O PCP e o Bloco de Esquerda defendem a demissão de Carlos Costa do cargo de governador, mas o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, recusou essa hipótese.

O líder parlamentar socialista, Carlos César, admitiu na quinta-feira que os novos dados que indiciam uma ação tardia do governador no caso BES constituem “objeto de reflexão”, confirmando “falhas significativas” da supervisão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Presidente de associação de bancos admite imagem “muito por baixo” da banca

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião