EDP e BCP mantêm Lisboa longe dos ganhos

Mais uma sessão de perdas para o PSI-20. A bolsa nacional encerrou em baixa pela terceira sessão consecutiva, pressionada pelas quedas do grupo EDP. Mas este sentimento negativo não foi exclusivo da energia. O BCP também teve a sua quota-parte de culpa neste desempenho negativo da praça portuguesa. O banco liderado por Nuno Amado deslizou 3% depois de ter revelado os resultados de 2016.

O índice de referência nacional, o PSI-20, terminou a sessão a cair 0,10% para os 4.630,41 pontos, num dia que foi de forma geral negativo para as pares europeias. A bolsa nacional foi sobretudo pressionada pelo setor energético. Destaque para a EDP, que cedeu 1,05% para 2,84 euros, e para a EDP Renováveis, que caiu 1,13% para 6,22 euros. A Galp Energia acabou por escapar a esta maré vermelha, com a petrolífera a subir 0,72%.

Na banca, o cenário não foi melhor. O BCP deslizou 3,15%, com os investidores ainda a digerirem os resultados para 2016, apresentados na segunda-feira. O banco liderado por Nuno Amado, que concluiu recentemente um aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros, fechou 2016 com lucros de 23,9 milhões de euros, isto depois de ter chegado ao final de setembro com prejuízos de 251,1 milhões de euros.

Por outro lado, a Pharol acelerou mais de 10%, depois de a justiça portuguesa ter reconhecido oficialmente o processo de recuperação judicial da Oi, da qual a Pharol é a maior acionista. No retalho, a Jerónimo Martins também evitou perdas mais expressivas. A retalhista valorizou 0,84%.

Fora do índice de referência, a Ibersol e a Novabase beneficiaram da maior atenção dos investidores. Foram estas as duas cotadas selecionadas para integrar o PSI-20, que passará a ter 19 membros, anunciou ontem a Euronext. Mas esta reação foi temporária para as ações da Ibersol, que acabou por cair 1,74%. Já a Novabase acelerou 2,48%.

Na Europa, a tendência também foi de queda. O Stoxx 600 caiu perto de 0,3%, com os investidores cautelosos devido à incerteza política nos EUA. “Além dos desenvolvimentos em relação à política monetária nos EUA, um fator que tem influenciado significativamente o comportamento dos investidores nos últimos dias, a incerteza política continua a condicionar a atitude” dos investidores, justificam os analistas do BPI.