Crédito à habitação sobe em maio para 1.519 milhões apesar do disparo dos juros

Subida dos juros não assusta famílias, que pediram em maio mais de 1.500 milhões de euros aos bancos para comprarem casa.

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Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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Apesar da subida dos juros, o crédito para a compra de habitação continua a aumentar de forma significativa. Em maio, os bancos concederam 1.519 milhões de euros às famílias para a aquisição de casa, o que representa uma subida de 15% em termos homólogos e em relação ao mês anterior.

O Banco de Portugal adianta que os financiamentos para a compra de casa aumentaram num mês em que a taxa de juro média das novas operações disparou para 1,26%, o valor mais elevado desde julho de 2019. Em dezembro de 2021, a taxa de juro média estava nos 0,83%.

Desde o início do ano que as famílias estão a sentir um agravamento da prestação da casa, fruto da subida das taxas Euribor devido às perspetivas de o Banco Central Europeu (BCE) começar a subir as taxas de juro na Zona Euro para controlar a inflação. Essas perspetivas vão se materializar já na reunião do BCE de 21 de julho, em que será anunciada uma subida das taxas de referência em 25 pontos base, o primeiro aumento em mais de uma década.

Ao agravar as taxas, o BCE aumenta o preço do dinheiro (e dos empréstimos) no sentido de resfriar a economia e assim aliviar as pressões inflacionistas que se acentuaram com a guerra da Rússia na Ucrânia.

Empréstimos da casa mantém-se a subir

Fonte: Banco de Portugal

Têm-se multiplicado os alertas para as famílias monitorizarem de perto a sua situação financeira para evitar problemas no pagamento das prestações da casa aos bancos, isto quando já estão a sentir um forte agravamento do custo de vida. Em junho, a taxa de inflação acelerou para os 8,6%.

Face à perspetiva de subida dos juros pelo BCE, os bancos têm acenado com a fixação da taxa de juro do empréstimo. Os dados do Banco de Portugal mostram que os portugueses continuam a preferir taxa variável: 35% do montante dos novos empréstimos concedidos desde o início do ano teve taxa fixa inicial com prazo de mais de um ano. Outros 65% tiveram prazo de fixação inicial da taxa até um ano, com a média do juro a situar-se nos 0,74%. “O elevado peso deste segmento tem contribuído para a reduzida taxa de juro dos novos empréstimos à habitação em Portugal”, considera o Banco de Portugal.

Repartição dos novos empréstimos à habitação por prazo de fixação inicial da taxa entre dezembro de 2021 e maio de 2022

Fonte: Banco de Portugal

No total, os bancos financiaram as famílias em 2.130 milhões de euros no mês de maio. Além dos 1.519 milhões para a casa, os particulares também pediram 551 milhões de euros para a finalidade de consumo e 227 milhões de euros para outros fins.

Em relação às empresas, o montante de novos empréstimos aumentou 22% em maio, ascendendo a 2.130 milhões de euros. “Este aumento verificou-se tanto nos empréstimos até 1 milhão de euros como nos empréstimos acima de 1 milhão de euros, que totalizaram, respetivamente, 1200 e 930 milhões de euros”, revela a instituição.

(Notícia atualizada às 12h02)

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