Itália desiste e apoia João Leão na corrida à presidência do fundo de resgate europeu
O candidato italiano à direção do Mecanismo Europeu de Estabilidade desistiu em favor de Portugal. João Leão e o luxemburguês Pierre Gramegna são os únicos candidatos que permanecem na corrida.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta segunda-feira que o candidato italiano à direção do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Marco Buti, desistiu a favor da candidatura portuguesa, protagonizada pelo ex-ministro João Leão. Restam, assim, dois candidatos na corrida para suceder ao alemão Klaus Regling no cargo de líder do fundo de resgate europeu.
“Temos hoje um apoio importante que não tínhamos na reunião anterior, que é o apoio da Itália, com a desistência do candidato italiano, que apoia a candidatura portuguesa”, disse Medina, em declarações transmitidas pela RTP3 à entrada para a reunião do Eurogrupo, que decorre em Bruxelas.
Segundo Medina, os responsáveis das Finanças da Zona Euro irão avaliar, “em conjunto com a presidência do Eurogrupo”, se há condições para ser feita a eleição para o MEE durante a reunião desta segunda-feira. A decisão cabe aos ministros das Finanças do Euro, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.
Por esse motivo, “trata-se de uma eleição em que é preciso não só compatibilizar o apoio dos países, mas também os apoios que permitam assegurar os 80%” de votos, sublinhou o governante, considerando que é “uma fasquia muito elevada” e para a qual é necessário ter “um diálogo muito intenso” entre os vários membros da Zona Euro.
Fernando Medina reiterou ainda que Portugal “será sempre parte de uma solução e não parte do problema” no processo de eleição do novo diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade, que no início da década passada funcionou como um fundo de apoio aos resgates na crise da dívida soberana.
Portugal tem cerca de 2,5% dos direitos de voto, o que compara com os 26,9% da Alemanha e 20,2% de França, estes com maior peso na votação e ainda com poder de veto. Para um candidato ser eleito como diretor executivo do mecanismo, tem de ter o apoio de pelo menos 80% dos votos dos membros do MEE.
O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.
Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da Zona Euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.
(Notícia atualizada às 14h30)
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