Este será o último ano de Francisco Proença de Carvalho como coordenador do RnL e à Advocatus fez um balanço dos últimos oito anos à frente do projeto e adiantou ainda o que podemos esperar este ano.
No dia 30 de setembro 14 escritórios de advogados voltam a unir-se presencialmente, no Kais, na iniciativa solidária Rock ‘n’ Law (RnL). O apoio desta edição vai para a Associação de Ucranianos de Portugal. Este será o último ano de Francisco Proença de Carvalho como coordenador do Rock ‘n’ Law (RnL) e à Advocatus fez um balanço dos últimos oito anos à frente do projeto. O advogado adiantou ainda o que podemos esperar este ano do evento.
Depois de dois anos fora dos “palcos” devido à pandemia, como está a ser vivido o regresso do RnL ao modelo presencial?
Foram dois anos muito difíceis para o mundo e em que estivemos todos muito afastados. No entanto, isso não impediu o RnL de manter bem viva a sua principal característica: a solidariedade. Em 2020, fizemos um “RnL virtual” nas redes sociais que foi um sucesso e conseguimos conceder um donativo de 47.450 euros à União Audiovisual e, em 2021, as 14 sociedades organizadoras fizeram um donativo conjunto de 35.000 euros ao Projeto Abem (Rede Solidária do Medicamento da Associação Dignitude). Agora chegou o momento de voltarmos a juntar solidariedade à música e à nossa sempre inesquecível festa. Portanto, como não poderia deixar de ser, é algo que encaramos todos com grande vontade e entusiasmo.
O que podemos esperar desta edição?
A ideia é regressar aos “good old times” do RnL. Uma verdadeira festa! Com muita diversão, muita música e muita vontade de ajudar quem mais precisa de nós. Vamos ter bandas dos escritórios (com vários novos talentos), uma DJ pela primeira vez no evento e, com elevada probabilidade, uma surpresa a abrir o espetáculo. Como habitualmente, também vamos contar nas nossas redes sociais algumas histórias emocionantes dos beneficiários deste ano. Portanto, sigam-nos no Facebook, Instagram e LinkedIn.
Este ano vão apoiar Associação de Ucranianos de Portugal (AUP), com o projeto “Centro de Integração para os Refugiados (CIR)”. Pode explicar um pouco em que consiste o projeto e como vão beneficiar com os donativos?
A guerra na Ucrânia desencadeou a mais grave crise humanitária na Europa desde a II Guerra Mundial. Trata-se de uma verdadeira catástrofe a que não podíamos ficar indiferentes, portanto escolhemos apoiar a Causa do Refugiados. Como sabemos, milhares desses refugiados ucranianos escolheram o nosso país para os acolher. A AUP é uma associação credível com quase 20 anos de existência em Portugal, mas que se viu confrontada com uma situação urgente em que necessita de mobilizar meios para apoiar esta nova vaga de ucranianos que teve de fugir para Portugal. Com a ajuda do Rock ‘n’ Law, o projeto pretende reforçar o apoio a diversos problemas sociais, por exemplo no âmbito da educação, apoio jurídico e alimentar. Para além disso, contribuiremos para a criação de uma Linha de Apoio Psicossocial que encaminhará os pedidos de ajuda de forma rápida, especialmente numa altura de grande fragilidade económica e emocional destes cidadãos. Com este donativo, pretendemos impactar cerca de 3000 beneficiários diretos da associação e ainda 6.000 beneficiários indiretos, como por exemplo famílias.
Quais são as expectativas financeiras para este ano?
Acreditamos que podemos dar um donativo mínimo superior a 60.000 euros. Mas, obviamente, isso dependerá muito do apoio que recebermos dos nossos patrocinadores (sempre essenciais) e do número de pessoas que venham ao evento, fazendo um donativo mínimo de 20 euros. Poderão fazê-lo nas sociedades organizadoras, online no nosso site e nas nossas redes sociais, mas também no próprio Kais no dia do evento. Quem não puder ir à festa, pode também fazer um donativo que será integralmente destinado à AUP.
Ao longo destes últimos anos, qual foi o valor total angariado para as mais diversas causas?
Cerca de 813.000 euros.
O que torna um Rock ‘n’ Law uma iniciativa única no país?
Desde logo, o valor significativo dos donativos que temos conseguido angariar para projetos sociais meritórios e que têm verdadeiro impacto na vida das pessoas. Mas especialmente o facto de incessantemente, há 13 anos, sociedades de advogados que concorrem diariamente no mercado, terem a capacidade de em consenso e harmonia ajudarem quem mais precisa, organizando um festival de música com bandas constituídas com o talento musical deste setor. Sinceramente, acharia ótimo que o nosso modelo fosse seguido por outras profissões.
Este será seu último RnL enquanto coordenador do projeto. Que balanço faz destes últimos 8 anos?
A decisão de sair foi pessoal. Custa-me. Sei que vou ter saudades destes tempos, mas entendo que é saudável que os mandatos tenham um limite e que novas pessoas e ideias apareçam. O RnL já existia antes de mim e certamente continuará a existir depois de mim. Não é um projeto meu, mas sim das sociedades de advogados que todos os anos se juntam e colocam ao serviço da comunidade os seus meios para organizar um evento que dá bastante trabalho a preparar. Tenciono continuar a dar o meu humilde contributo, pelo menos, em palco a fazer uma das coisas que mais gosto – tocar bateria.
O meu balanço é muito positivo. Desde logo, em termos pessoais. Se há coisa que me tem realizado na minha vida profissional é coordenar esta organização, conhecendo pessoas incríveis e extraordinariamente generosas. Quanto ao projeto em si, também faço uma avaliação orgulhosamente positiva. Não especificamente destes 8 anos, mas dos 13 anos. Sei que conseguimos tornar este projeto uma referência em termos nacionais no apoio a quem mais precisa, merecendo até o alto patrocínio da Presidência da República. E creio que conseguimos retirar alguma ideia errada de “cinzentismo” e “egocentrismo” da comunidade de advogados. Regra geral, somos boas pessoas e bastante divertidas, como podem todos constatar nem que seja uma vez por ano no RnL (risos).
Qual foi para si o RnL que mais prazer/orgulho lhe deu?
Todas as edições são um desafio intenso que, felizmente, temos conseguido superar. Fiz sempre isto com um sorriso nos lábios e tenho muito orgulho no nosso percurso. No entanto, para não fugir à questão com um mero cliché, gostaria de destacar duas edições: a que comemorámos uma década em pleno Campo Pequeno. Em primeiro lugar, porque conseguimos a maior audiência e o maior donativo de sempre. Em segundo lugar, porque sentimo-nos verdadeiras estrelas de Rock n Roll a tocar num local tão emblemático. Destaco também a edição que fizemos online em plena pandemia no ano de 2020. A decisão fácil teria sido a que muitos eventos compreensivelmente tomaram: cancelar ou adiar. No entanto, nós achámos que num ano tão difícil para tanta gente não poderíamos estar ausentes e ajudámos aqueles que tantas vezes nos ajudaram e aturaram na organização do RnL – os profissionais do espetáculo e audiovisual que, de um momento para o outro, ficaram sem trabalho e sem apoios sociais. Os vídeos dessa edição estão na nossa página no Youtube e podem constatar que as bandas se esmeraram!
Rock ‘n’ Law: De volta aos palcos para apoiar Associação dos Ucranianos
O Rock ‘n’ Law está de volta aos palcos físicos, após duas edições em formato digital. A edição deste ano realizar-se-á no dia 30 de setembro, no Kais, e vai apoiar a Associação de Ucranianos de Portugal (AUP), com o projeto “Centro de Integração para os Refugiados (CIR)”.
Com quase 20 anos de existência em Portugal, esta associação tem como objetivo a defesa dos direitos dos cidadãos ucranianos que imigram para Portugal, ajudando-os na integração na sociedade portuguesa e na melhoria da qualidade de vida.
O CIR é um dos novos projetos da associação, criado especialmente para o apoiar os cidadãos, nesta que é a maior vaga de emigração dos últimos 40 anos.
“O apoio do Rock ‘n’ Law será muito importante para ajudar muitos refugiados. Portugal já acolheu cerca de 48.000 refugiados, na maioria crianças e mulheres e com apoio do Rock ‘n’ Law vamos responder a um vasto conjunto de problemas sociais”, explicou à Advocatus Pavlo Sadokha, presidente da AUP.
Entre os problemas sociais está o apoio à educação, apoio alimentar, apoio psicológico, apoio jurídico, integração profissional, bem como a criação da Linha de apoio Psicossocial que encaminhará para as valências da Associação dos Ucranianos em Portugal ou para outras entidades parceiras.
“Recebemos a notícia com muita emoção e felicidade. Acreditamos que fará toda a diferença para ajudar quem está a passar por tantas dificuldades. Queremos agradecer ao Rock ‘n’ Law por fazer a diferença para tantas causas ao longo dos anos e apelar à participação de todos nesta grande iniciativa, sabendo que fará a diferença na vida destas famílias”, sublinhou Pavlo Sadokha.
Com este donativo, a organização do Rock ‘n’ Law pretende impactar cerca de 3.000 beneficiários diretos da associação e ainda 6.000 beneficiários indiretos, como por exemplo famílias. “Espera-se que a linha de apoio psicossocial receba 2.500 contactos e que se possam ajudar estas pessoas através do correto encaminhamento dos refugiados para projetos específicos da associação ou outros serviços e entidades”, referiu a organização.
“A Europa vive, atualmente, uma situação inesperada e que mudou dramaticamente a vida de muitos ucranianos. Devido à guerra, assistimos agora a uma das mais rápidas deslocações de refugiados da história e à mais grave crise humanitária desde a II Guerra Mundial. Neste sentido, decidimos que todos somos chamados a ajudar! Sendo esta uma associação com quase 20 anos de existência, a organização do Rock ‘n’ Law decidiu unir-se à missão da AUP e contribuir, assim, para melhorar as condições e a qualidade de vida de todos os que, nesta altura, veem o nosso país como um refúgio para uma nova e melhor vida”, explicou Francisco Proença de Carvalho.
“A criação desta linha de apoio psicossocial e de outras iniciativas previstas para o suporte aos desafios da população ucraniana em Portugal são essenciais neste momento e sei que fará toda a diferença. Quando lançámos a Associação, há 20 anos, nunca imaginámos vir a assistir a um momento tão difícil e que o nosso trabalho pudesse tornar-se ainda mais relevante”, sublinha o presidente da AUP.
O Rock ‘n’ Law é uma iniciativa solidária e que ao longo das últimas 13 edições já angariou mais de 800 mil euros através de um evento de música e solidariedade promovido por sociedades de advogados e que move a sociedade civil e as empresas.
O evento é uma iniciativa da Abreu Advogados, CMS Portugal, DLA Piper, Cuatrecasas, Eversheds Sutherland FCB, Gómez-Acebo & Pombo, SRS Advogados, Linklaters, Garrigues, Morais Leitão, Sérvulo, PLMJ, Uría Menéndez – Proença de Carvalho e Vieira de Almeida.
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RnL: “Acreditamos que podemos dar um donativo mínimo superior a 60.000 euros”, diz Francisco Proença de Carvalho
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