Marcelo: Novo Banco, ativos problemáticos e supervisão são “três peças” a resolver
O Presidente diz que o sistema financeiro está "sólido e mais resistente a choques", mas com "três peças" ainda por resolver: a venda do Novo Banco, os ativos problemáticos e a supervisão.
O Presidente da República considerou hoje que o sistema financeiro português está “sólido e mais resistente a choques”, mas com “três peças” ainda por resolver: a venda do Novo Banco, os ativos problemáticos e a supervisão.
“São três peças importantes que ao longo dos próximos meses estarão a ser pensadas e resolvidas”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final de uma conferência sobre cooperativismo financeiro, promovida pelo Crédito Agrícola, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa.
Questionado se tem conversado com o Banco de Portugal e com o Governo sobre a situação do Montepio, o chefe de Estado respondeu aos jornalistas: “Eu conversas tenho tido sobre estas três peças de que vos falei, sempre na ideia da estabilização e consolidação do sistema financeiro. Não tenho mais nada a acrescentar”.
"Eu conversas tenho tido sobre estas três peças de que vos falei, sempre na ideia da estabilização e consolidação do sistema financeiro. Não tenho mais nada a acrescentar.”
Na intervenção que fez nesta conferência, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à situação do sistema financeiro português nos seguintes termos: “Peça a peça, com paciência, como quem vai costurando um tecido em que todas as peças dependem das outras, mas não é possível resolver os problemas de todas elas ao mesmo tempo, foi viável ir refazendo o panorama sistémico, reforçando, estabilizando e consolidando”.
“Pese embora os desafios que o sistema bancário português ainda hoje enfrenta, e há peças que estão ainda a ser equacionadas neste momento e sê-lo-ão no futuro imediato, os bancos têm em geral hoje uma situação de liquidez e de solvabilidade melhor do que aquela que tinham no passado próximo”, prosseguiu.
Segundo o chefe de Estado, “os processos de reestruturação e de reajustamento permitem que este setor se encontre numa situação mais sólida do que no início da crise, e mesmo quando das indefinições de há um ano, permitindo-lhe melhores condições para financiar a economia”.
“Ora, com um setor bancário financeiramente sólido e mais resistente a choques adversos, a confiança dos agentes económicos é reforçada, permitindo sedimentar as bases que potenciem o crescimento sustentável a médio longo prazo que todos desejamos”, considerou.
À saída, o Presidente da República esclareceu que as “peças” por resolver a que se referia são “vender o Novo Banco” e “resolver o problema dos ativos problemáticos”, e também “o debate que já começou no parlamento sobre a supervisão”.
Interrogado se vai participar no ‘road show’ da Caixa Geral de Depósitos (CGD), retorquiu: “Não, isso não. O Presidente da República não faz isso. O Presidente da República teve um gesto simbólico no arranque dessa operação, espera que corra muito bem, porque também faz parte daquilo que é a consolidação e estabilização do sistema bancário”.
Quanto às nomeações para o Banco de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “neste momento não há nada a dizer de novo sobre a matéria”.
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