Sonae prepara parceria relevante para África
No dia em que apresentou lucros que superaram as expetativas dos analistas, Paulo Azevedo admitiu que prepara parceria relevante para África. Já Paupério destacou a redução do endividamento do grupo.
A Sonae está a preparar uma parceria relevante para África com o grupo Satya Capital, grupo do qual já é parceiro para o retalho alimentar em Moçambique, afirmou Paulo Azevedo ao ECO à margem da conferência de apresentação de resultados relativos ao exercício de 2016, em que o grupo registou lucros de 215 milhões de euros.
Paulo Azevedo frisou que não pode dar mais pormenores sobre a devida parceria, isto depois de ter referido durante a conferência com jornalistas que só gostava de falar do tema este ano. Questionado se a parceria seria extensível a outros países africanos, o gestor limitou-se a dizer que “não inclui Angola”.
A parceria com o grupo Satya abrange apenas para já apenas duas lojas no mercado moçambicano e foi realizada em 2016.
Parceria da Sport Zone pode estender-se a outros mercados
A Sonae anunciou, a semana passada, uma parceria entre a Sport Zone, a JD Sprinter e a JD Sports. A fusão prevê a criação de um grupo ibérico que será o segundo maior do setor na Península Ibérica. Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae afirmou esta quinta-feira que a parceria pode ser extensível a outras geografias.
"A parceria não se esgota na Península Ibérica, a ideia é que este modelo possa ter uma ambição de crescimento fora da Península Ibérica.”
“A parceria não se esgota na Península Ibérica, a ideia é que este modelo possa ter uma ambição de crescimento fora da Península Ibérica“, referiu.
Paupério frisou que tem dito que gostam “de trabalhar com parceiros”. “Estamos muito entusiasmados com o crescimento, rentabilidade e com o valor que vai ser criado”. E lembrou que “no mercado de desporto é preciso ter um relacionamento forte com os produtores e, portanto, a escala é relevante”. Para Paupério esta fusão traz-lhes “uma dimensão que muito dificilmente” teriam “por crescimento orgânico”, sendo que com esta parceria duplicam o volume de negócios, garantiu.
Questionados se esta parceria poderia ser extensível a outras áreas da Sonae, nomeadamente a Worten, Paulo Azevedo disse que ” o essencial desta parceria é conquistar uma posição forte e rentável e ter um modelo que conquiste clientes”. “A Worten já atingiu uma rentabilidade interessante em 2016. Não nos parece haver uma solução com o valor acrescentado que pudesse merecer uma análise desse tipo, não é impossível, mas não está no nosso horizonte”, frisou o gestor.
Ativos da Sonae financiados sobretudo com capitais próprios
A Sonae, a exemplo do que tem feito nos exercícios anteriores, reduziu a dívida em 78 milhões de euros durante o exercício de 2016 para 1.215 milhões de euros. Paupério diz que o grupo “está focado em apresentar uma estrutura de capital robusta, otimizando os custos de financiamento, ao mesmo tempo que mantém reservas de liquidez e melhora o perfil de maturidade da dívida”.
Paupério fez mesmo a comparação entre 2008 e 2016. Segundo o gestor, em 2008, o ativo da Sonae era financiado 33% com capitais próprios e o restante era endividamento, já em 2016, a situação é inversa: dois terços são financiados com capitais próprios e apenas um terço com recurso a dívida.
Paupério disse que com “esta estrutura financeira sólida a empresa está mais bem preparada para enfrentar os desafios do futuro”.
Sonae tranquila com entrada de grupo Mercadona
A Sonae mostra-se tranquilo com a entrada da Mercadona em Portugal. “Todos os players bons e respeitados merecem a nossa atenção, mas não é por haver mais um e bom que ficamos especialmente preocupados”, garantiu Paulo Azevedo.
Já Paupério destacou o crescimento da Sonae: “O facto de haver muitos players em Portugal não nos impediu de crescer e ganhar quota de mercado”.
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