Portugal é o país europeu com menos mulheres na administração de bancos

Análise da DBRS mostra que bancos portugueses têm apenas 23% de mulheres nas suas administrações, a taxa mais baixa na Europa. "Ainda há trabalho a ser feito”, aponta a agência.

Portugal é o país da Europa com menos mulheres na administração de bancos, de acordo com uma análise da DBRS. Os bancos portugueses têm apenas 23% de gestoras nos cargos de topo da banca, a taxa mais baixa entre os pares europeus. Compara, por exemplo, com os níveis de paridade de género dos conselhos de administração dos bancos nórdicos.

A agência diz que “ainda há trabalho a ser feito” para encontrar um maior equilíbrio de género nas administrações dos bancos do Velho Continente. Mas isto é especialmente verdade para Portugal, que está na cauda da tabela.

“A diversidade de género continua a ser um desafio para a indústria bancária. (…) Em 2021, média, usando uma amostra de 43 bancos europeus, as mulheres representam apenas 37% dos assentos nos conselhos de administração, um número que desce para 26% se considerarmos as mulheres nas equipas de gestão executiva” adianta a DBRS.

Mulheres no topo da banca

Os dados da agência mostram uma evolução positiva, mas com muito caminho por fazer: em 2014, a média de mulheres nos boards da banca era de 22%, subindo para 32% em 2019 e 35% em 2020.

Para Portugal, foram tidos em conta os conselhos de administração de três bancos: Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novobanco, que tiveram mudanças recentes. No final do ano passado, estas instituições tinham 23% de mulheres tanto no board como na comissão executiva.

A Alemanha é o segundo país europeu onde se regista maior diferença entre homens e mulheres na administração de bancos: 29% de mulheres integram o conselho de administração e apenas 16% exercem funções de gestão executiva.

Do lado oposto da lista estão os bancos dos países nórdicos: na Dinamarca até há mais mulheres do que homens na administração de bancos (55%), enquanto Noruega (50%) e Suécia (48%) apresentam praticamente uma paridade de género.

A DBRS dá conta ainda da falta de mulheres nos cargos de CEO ou de chair dos boards dos bancos. Apenas cinco bancos da amostra têm uma mulher como CEO: DNB, Handelsbanken, NatWest, Nationwide e Bank of Ireland. E apenas quatro tinham um conselho de administração presidido uma mulher: DNB, Rabobank, Santander e BMPS.

A agência nota ainda que elevados níveis de diversidade no local de trabalho contribuem para melhores resultados, tanto em termos de inovação ou de envolvimento os trabalhadores, como em termos de desempenho financeiro. E mostra que há uma correlação positiva entre a representação feminina na administração e os ratings dos bancos, embora “a causalidade não seja clara”.

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