Wall Street termina semana a cair quase 2% e há ‘ursos’ à espreita
Receios de recessão voltaram a travar os principais índices dos Estados Unidos e praticamente colocaram Dow Jones em bear market.
A maré vermelha continua a contaminar Wall Street. Esta sexta-feira registou-se mais um fecho em queda nos principais índices dos Estados Unidos. Por conta das previsões de subidas mais agressivas das taxas de juros para 2023, os investidores estão pessimistas e insistem em vender as suas posições.
O pior desempenho foi do índice tecnológico Nasdaq, que caiu 1,75% (10.873,10 pontos). O índice S&P 500 perdeu 1,69% (3.694,32 pontos). A praça industrial Dow Jones cedeu 1,57% (29.603,13 pontos).
O índice Dow Jones esteve prestes a entrar em bear market – a cotação de fecho ficou praticamente 20% abaixo do máximo registado em 4 de janeiro deste ano, quando tocou nos 36.799,64 pontos.
As fortes descidas dos últimos dias são da responsabilidade da Reserva Federal (Fed), segundo os investidores. A terceira subida consecutiva dos juros em 75 pontos base já tinha sido descontada nas sessões anteriores a quarta-feira. Contudo, a previsão de subidas mais agressivas para este ano e para 2023 congelou as expectativas económicas – quando mais apertada for a política monetária, maior a probabilidade de recessão.
“Havia alguns otimistas no mercado a dizerem que a inflação estava sob controlo mas a Fed realmente disse-lhes para se sentarem e ficarem calados“, assim comenta David Russell, vice-presidente de inteligência de mercado da TradeStation Group, citado pela Reuters.
Além da subida da taxa de juro de referência, a Fed atualizou, em baixa, as perspetivas económicas para 2023: em vez de 1,2%, o crescimento previsto é de 0,2%. A contribuir para a revisão em baixa está o aprofundamento do aumento da taxa de juro para 2023, que poderá atingir os 4,60%. Também foram afastadas quaisquer descidas nas taxas de juro até 2024
“Vai ser uma longa competição, em que nenhum dos lados está pronto para ceder, entre a Fed e os mercados. No meio disso, está a economia, que ainda não respondeu a este aperto”, sinaliza George Gonçalves, responsável de estratégia macro do banco MUFG, citado pela mesma agência.
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