EuroBic passa de prejuízos a lucros de 25 milhões

Reversão de imparidades para crédito constituídas na pandemia ajudou nos resultados do banco liderado por Azevedo Pereira, que espera contributo da subida dos juros na segunda metade do ano.

O EuroBic registou lucros de 25 milhões de euros no primeiro semestre, invertendo os prejuízos de sete milhões registados no mesmo período do ano passado. A reversão de imparidades para crédito que foram constituídas na pandemia (moratórias) justifica em grande medida os resultados do banco liderado por José Azevedo Pereira, que adianta ao ECO esperar que a subida das taxas de juro se reflita num aumento das receitas apenas a partir da segunda metade deste ano.

A instituição, que se encontra em processo de venda ao Abanca, explica a inversão dos resultados com a “redução expressiva da imparidade para crédito resultante fundamentalmente de um comportamento da carteira de crédito bastante mais positivo do que o posicionamento estruturalmente conservador do banco deixava antever”.

A rubrica das imparidades (dinheiro colocado de lado para fazer face a eventuais perdas) passou dos 13 milhões negativos no primeiro semestre de 2021 para 24,5 milhões este ano, mostram os resultados do banco, que assinala agora que “não pode continuar a refletir perdas potenciais que constatou estarem muito além da realidade”.

Apesar da reversão das imparidades, que tiveram sobretudo a ver com as moratórias criadas durante a pandemia da Covid-19 e “com clientes que poderiam ter sido afetados em moldes mais gravosos” da crise sanitária, o EuroBic assegura que continua a ter uma atitude conservadora relativamente à deterioração das condições económicas por conta da escalada da inflação e da guerra – ainda que o seu modelo de imparidades para o atual contexto económico incorpore “valores menos penalizadores face aos estimados na pandemia”.

Subida dos juros com impacto no segundo semestre

As receitas com juros registaram um decréscimo para 61 milhões de euros, menos 5% em relação ao período anterior, com o EuroBic ainda sem conseguir tirar partido da subida das taxas de juro no contexto da alta inflação.

Com uma carteira “conservadora” composta por 6,4 mil milhões em títulos de dívida e empréstimos e por 7,3 mil milhões em depósitos, o banco refere que “se encontra posicionado para gerir o corrente contexto de evolução das taxas de juro” e acredita que “as alterações levadas a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE) neste domínio tenderão a possuir impacto significativo apenas no segundo semestre do corrente ano”.

Na iminência de ser vendido aos espanhóis do Abanca, por parte de Isabel dos Santos e os outros acionistas, por um valor acima dos 200 milhões de euros, o EuroBic fechou o semestre com um capital próprio de 410 milhões de euros, em linha com o que registava um ano antes.

O Jornal Económico (acesso pago) avança esta sexta-feira que a Procuradoria-Geral da República de Angola aceitou o pedido da empresária angolana, que controla 42,5% do Eurobic, para autorizar pagamentos de dívidas através das suas contas arrestadas por conta do caso Luanda Leaks, o que permitirá desbloquear a venda do banco ao grupo galego.

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