Exclusivo Chineses e americanos disputam banco da Fundação Oriente
Dois grupos chineses e um americano avançaram para a fase de due dilligence do BPG. Fundação Oriente quer fechar negócio até março, ficando depois à espera de autorização do regulador.
Dois grupos de capitais chineses e um de capital americano estão na disputa pelo Banco Português de Gestão (BPG), o banco da Fundação Oriente, que vai agora escolher um deles para a fase de negociações exclusivas, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fonte próxima do processo. O negócio deverá ficar fechado até março, aguardando-se depois a autorização dos reguladores.
A instituição liderada por João Costa Pinto (chairman) e Carlos Pais Jorge (CEO) apresentava no final de setembro uma situação líquida (valor dos capitais próprias) de cerca de 18 milhões de euros, um indicador de referência para avaliar um banco.
Há algum tempo que Fundação Oriente, liderada por Carlos Monjardino, tenta vender o seu banco. Chegou a ter um acordo para alienar o BPG ao grupo árabe IIB Bahrain Holdings, mas o processo caiu quando estava a ser analisado pelo Banco de Portugal e pelo Banco Central Europeu (BCE). Posteriormente, os espanhóis da Gedesco também estiveram em negociações, mas a operação também caiu por terra.
Nesta terceira tentativa, eram quatro as propostas vinculativas que estavam em cima da mesa da Fundação Oriente, de acordo com o Jornal Económico: um banco brasileiro e três instituições internacionais, uma com sede nos EUA e outras duas entidades chinesas.
Aparentemente, os brasileiros estão fora da corrida, porque só os americanos e chineses passaram à fase de due dilligence, durante a qual analisarão as contas do banco para definirem um preço final. Fonte oficial da Fundação Oriente confirma a informação ao ECO.
Depois disso, o acionista escolherá um dos três interessados para negociações exclusivas. Sendo a expectativa que o processo termine até final deste trimestre, para depois seguir para as necessárias validações junto dos reguladores da banca.
A “luz verde” à operação tem de ser dada pelo BCE, pois é a autoridade competente no que diz respeito a autorizações de aquisições de participações qualificadas nos bancos da Zona Euro, sejam instituições significativas ou não, pese embora o Banco de Portugal também participe no processo.
A Fundação Oriente detém 97,73% do banco, que conta ainda como acionistas a STDP SGPS (0,98%) e a Fundação Stanley Ho (0,21%), entre outros acionistas que detêm 1,08% do capital, de acordo com o banco.
Nos últimos anos, a Fundação Oriente realizou vários aumentos de capital na instituição financeira face ao esforço de limpeza do balanço e às exigências do regulador, que totalizam cerca de 46 milhões de euros.
Fonte do banco adianta ao ECO que o balanço está agora praticamente limpo – o rácio de NPL chegou a atingir os 65% em 2018 e a expectativa era que o valor líquido baixasse para um nível residual no final do ano.
Entretanto, o mau momento nos mercados financeiros penalizou as contas do BPG no ano passado: a instituição registava um prejuízo de cerca de 4,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Isto depois dos prejuízos de 8,7 milhões de euros em 2021.
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