ISEG antecipa desaceleração menos pronunciada no primeiro trimestre

"Expectativas para o crescimento homólogo durante o primeiro trimestre de 2023 apontam para uma desaceleração, tendo por base a contenção do consumo privado real pela inflação", diz Ascenção Costa.

A desaceleração da atividade do primeiro trimestre deste ano poderá ser menos pronunciada do que o esperado, antecipa o ISEG na síntese de fevereiro. Mas esta possibilidade não afeta, para já, a previsão de crescimento no conjunto do ano, que deverá ser de 1,6%.

“As expectativas para o crescimento homólogo durante o primeiro trimestre de 2023 apontam para uma desaceleração, tendo por base a contenção do consumo privado real pela inflação”, pode ler-se na síntese de conjuntura assinada por António Ascensão Costa.

“Mas um crescimento razoavelmente positivo poderá ser sustentado pela evolução da procura externa líquida, devido ao facto de, em termos homólogos, existir um montante substancial da procura turística externa a recuperar durante o primeiro trimestre (atendendo ao concretizado no trimestre anterior)”, justifica o economista.

Indicador Coincidente (IZ) e Variações homólogas do PIB (vhPIB)

Apesar de ainda não existirem muitos dados que permitam ter um retrato fidedigno da evolução da atividade económica nos três primeiros meses do ano, falta serem conhecidos os indicadores mais relevantes, os que que já são conhecidos “são maioritariamente positivos, o que, a consolidar-se, poderá levar a um crescimento homólogo trimestral ainda robusto”, estima o ISEG.

Contudo, “esta possibilidade não tem, para já, implicações sobre a previsão anual avançada na Síntese de Conjuntura relativa a janeiro, onde a previsão do crescimento pontual para o corrente ano foi estimada em 1,6%”, acrescenta a mesma nota. Esta previsão de crescimento é mais otimista do que as do Governo ou da Comissão Europeia. A estimativa do Executivo no Orçamento do Estado para este ano é de 1,3%, mas a Comissão Europeia, apesar de ter revisto em alta as suas previsões para Portugal, aponta para um crescimento de 1%.

Entre os indicadores que apontam para uma evolução positiva surgem as vendas e a produção automóvel (ACAP), a produção e o consumo de energia elétrica (REN), os pagamentos e levantamentos na rede SIBS e a evolução dos indicadores de confiança setoriais (INE) em janeiro, a que se somam o indicador mensal de clima económico. Além disso, até meados de fevereiro, o indicador diário do Banco de Portugal “surpreende positivamente por estar a um nível mais alto do que no trimestre anterior”. Inversamente, as vendas de cimento em janeiro tiveram uma evolução homóloga negativa.

Mas, o ISEG alerta que é “preciso esperar por mais informação para definir a evolução da economia no trimestre”.

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