Fundação José Neves atribui mais de 2,8 milhões em bolsas e prepara “nova fase” do programa

Mais de 200 alunos bolseiros concluíram a sua formação no ano passado, com taxas de empregabilidade de 84%, revela a Fundação à ECO Pessoas.

A Fundação José Neves (FJN) atribuiu até ao final do ano passado mais de 2,8 milhões de euros em bolsas a 386 bolseiros, de um total de 3.581 candidaturas, segundo dados da FJN avançados à ECO Pessoas. Ainda estão 2,2 milhões disponíveis, do orçamento inicial de cinco milhões previsto até ao final de 2022, para serem atribuídos. A Fundação está a preparar a “nova fase do programa”.

“Dois anos volvidos desde o lançamento das bolsas ISA FJN, podemos hoje medir o impacto significativo deste programa da Fundação José Neves na vida de muitos portugueses, quer ao nível da empregabilidade quer ao nível da remuneração salarial”, comenta Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, em declarações à ECO Pessoas.

“Trata-se de um programa pioneiro em Portugal, com o objetivo de apoiar estudantes e profissionais no mercado de trabalho no acesso aos cursos e formações que permitam adquirir as competências para os empregos do futuro, em áreas onde existe uma grande necessidade de talento”, defende.

Quando arrancou em setembro de 2020, José Neves tinha anunciado um orçamento de cinco milhões de euros até final de 2022 para o programa de bolsas ISA FJN – um programa de bolsas reembolsáveis, em que FJN garante o pagamento das propinas que só serão reembolsadas quando o estudante atingir um patamar de rendimento que permita fazer o reembolso de forma sustentada –, mas fechado o prazo inicial, ainda estão 2,2 milhões de euros por atribuir.

Os números do programa

Até ao final do ano passado, foram atribuídos um total 2.824.616 euros em bolsas, tendo a organização recebido um total de 3.581 candidaturas, um aumento relativamente às 1.695 candidaturas recebidas no ano anterior.

Em 2022, um total de 386 candidatos obtiveram bolsa – no ano anterior tinha sido 199 –, tendo 220 alunos concluído a sua formação. Os bolseiros registaram 84% de empregabilidade.

O número de instituições parceiras aumentou de 36 para 38 no ano anterior, tendo os cursos elegíveis à bolsa também crescido: de 262, para 387.

“Estamos neste momento a preparar a nova fase do programa, e esperamos chegar a cada vez mais portugueses”, adianta ainda o responsável da Fundação, sem avançar mais detalhes sobre essa nova fase do programa de bolsas.

Entretanto, fecharam uma parceria com a Brave Generation Academy (BGA), do ‘tubarão’ Tim Vieira, para fazerem “uma experimentação controlada de novos modelos de educação” para que “possam contribuir para melhorar o ensino público”. No âmbito dessa parceria, as duas instituições vão “atividades que visem melhorar a qualidade e a variedade da educação, o apoio ao desenvolvimento de projetos, a criação de condições para a sua execução, assim como a criação de bolsas de estudo”, informa comunicado.

Escassez de talento

O programa é uma das iniciativas da Fundação em prol da educação no país e do aumento das qualificações dos portugueses. O país está entre aqueles que se debate com a maior escassez de talento, com 84% dos empregadores nacionais a assinalar dificuldades em encontrar candidatos com as competências necessárias, segundo o estudo “Talent Shortage Survey 2023, realizado pelo ManpowerGroup, a que o ECO Pessoas teve acesso.

Portugal (84%) é o quarto país do mundo com maior dificuldade na contratação, apenas abaixo de Taiwan (90%), Alemanha (86%) e de Hong Kong (84%). Um misto de desencontro de competências e de fraca atratividade das empresas nacionais pode estar na origem.

Quanto às competências técnicas que mais procuram, um terço dos empregadores portugueses colocaram as skills relacionadas com TI e Data no topo das suas necessidades, tendência que se agudizou este ano em quatro pontos percentuais face a 2022.

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