CTT vendem 30% de novo veículo imobiliário por 42 milhões. Sierra vai gerir o património

Empresa revelou estratégia para rentabilizar património, com a venda de 3,6% de um novo veículo imobiliário à Sierra por cinco milhões de euros e de 26,5% a outros investidores por 37 milhões.

Os CTT desvendaram, finalmente, o negócio por detrás da “estratégia imobiliária” que vai permitir aos Correios rentabilizarem o seu vasto património. A companhia liderada por João Bento prepara-se para vender 30,1% de um portefólio de imóveis por 42 milhões de euros no total, mas o processo está dividido em várias fases e sujeito a várias condições.

Para já, a empresa assinou um contrato com a Sierra que prevê a venda de uma posição de 3,6% num novo veículo imobiliário, por cinco milhões de euros, ficando esta última a gerir o portefólio. O acordo prevê também que “investidores adicionais” paguem 37 milhões de euros por 26,5% do referido veículo.

Num comunicado aos mercados, no dia em que apresentou os resultados trimestrais, os CTT explicam que um conjunto de 398 ativos, compreendendo 240 mil metros quadrados de área bruta locável, avaliados em 139 milhões de euros nos termos do acordo fechado esta quinta-feira com a Sierra, vão ser transferidos para uma empresa chamada CTT IMO Yield.

“O portefólio inclui ativos imobiliários de diversas tipologias, como retalho, logística, escritórios e outros, em localizações prime e secundárias em Portugal, estando mais de 50% do seu valor concentrado nos distritos de Lisboa e Porto. Estes ativos fazem parte das atuais e futuras redes de logística e de retalho dos CTT”, detalha a companhia.

A transferência dos ativos para a nova empresa acontecerá em duas fases. A primeira fase, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre, prevê a transferência de ativos avaliados em 75% dos 139 milhões acordados para a CTT IMO Yield. “A fase dois está prevista para ocorrer até 12 meses após a conclusão da fase um”, com a transferência dos restantes imóveis. Segundo os Correios, “a Sierra e os investidores irão adquirir ações” desse veículo nessas duas fases.

Depois, “os CTT irão celebrar contratos de arrendamento para os ativos que integram a sua operação de retalho e logística”. Deste modo, a empresa postal vai ser o principal arrendatário da CTT IMO Yield, é assumido na mesma nota. Feito isto, está previsto que a CTT IMO Yield seja convertida numa sociedade de investimento de capital fixo imobiliário (SICAFI), momento em que a Sierra será nomeada gestora do património.

É então que deverão entrar novos investidores. O acordo com a Sierra prevê a aquisição de 26,5% num investimento de 37 milhões de euros “por parte de investidores, tanto institucionais como family offices, e de uma participação de 3,6% pela Sierra”, por cinco milhões de euros.

O negócio depende ainda das autorizações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e da Autoridade da Concorrência. “Após a conclusão da transação, os CTT irão consolidar integralmente a CTT IMO Yield”, refere a cotada da bolsa de Lisboa.

A empresa divulgou ainda uma apresentação da nova estratégia imobiliária, na qual assume um “potencial de venda adicional até um máximo em que os CTT detenham uma participação de controlo até 50,1%”.

Além deste portefólio, os CTT têm um conjunto de dez outros ativos, avaliados em 26 milhões de euros, incluindo terrenos e ativos logísticos “que podem ser realocados, em centros urbanos com forte potencial de desenvolvimento”. Para estes, a empresa admite “transações futuras a serem avaliadas ativo a ativo”.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h33)

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