BCP reestruturou 6.500 créditos. Maya atento à palavra do Presidente: “Temos de ver se há algo mais que possamos fazer”

Maya diz que “palavra de preocupação genuína” do Presidente da República incentiva o banco a ver se “há algo mais” que possa fazer para ajudar as famílias. Mas diz que “não tem cartas na manga”.

O BCP reestruturou 6.500 créditos à habitação no primeiro trimestre, com o CEO a sublinhar que o banco tem sido bem-sucedido nas soluções que tem apresentado às famílias com maior dificuldade. Miguel Maya disse estar atento à “palavra de preocupação genuína” do Presidente e que vai “ver se há algo” mais que se possa fazer para ajudar os clientes. Mas adiantou que não tem “cartas na manga” para uma ajuda extra, como anunciou a Caixa há dias.

“Não temos cartas na manga, o tema foi estudado há bastante tempo. Começamos a pensar nas soluções para os clientes quando percebemos que as taxas de juro iam subir”, referiu Miguel Maya esta segunda-feira na apresentação dos resultados, quando questionado se o banco está a estudar outras medidas para apoiar as famílias em situação mais complicada.

O gestor revelou que dentro das soluções que tem vindo a apresentar aos clientes, a “preocupação não é repor a prestação anterior”, mas antes “perceber o caso em concreto e a melhor solução para o cliente” e “ajustar o serviço da dívida à capacidade financeira do cliente no momento”.

Explicou que o banco está a diferir uma parte dos juros no sentido de diluir essa dívida “ao longo da vida do empréstimo”. Deste modo, o cliente consegue “ter uma prestação mais suave”.

Apesar de considerar que o banco tem sido bem-sucedido nas reestruturações, Miguel Maya referiu que vai acolher a “palavra” de Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu uma “reflexão” do setor bancário no que podem fazer pelas famílias que atravessam uma situação mais complicada. “São palavras de quem tem preocupação genuína, de alguém que está preocupado com o impacto da subida das taxas de juro nas famílias. Acolhemos a palavra e vamos continuar a fazer com maior empenho e ver se há algo mais que se possa fazer”, afirmou. Ainda assim, chamou a atenção: “Quando no ambiente político aparecem muitos casos e casinhos estou habituado a que o foco passe para banqueiros, de repente, os bancos são os maus da fita, é fácil toda a gente apontar aos bancos”, afirmou o gestor,

“Quando faz uma afirmação como a que fez, temos de ver se há algo mais que possamos fazer”, reiterou Miguel Maya, destacando que não se trata de um jogo de soma nula. “Se perdermos, perdemos todos”, afirmou.

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