Cerca de 1.500 colaboradores participam nos Jogos Sem Fronteiras do bem-estar

Os Wellbeing Games desafiam os profissionais a sair dos escritórios e reforçar a 'cola' que os liga à organização e aos colegas. EDP, BPI e Nestlé são algumas das mais de 50 empresas participantes.

São uma espécie de Jogos Sem Fronteiras dirigidos às empresas e prometem atrair cerca de 1.500 colaboradores, de mais de 50 empresas, ao Estádio Universitário, em Lisboa, em prol do bem-estar, compromisso e motivação. Os Wellbeing Games realizam-se, pela primeira vez, em Portugal, já a 2 de junho. Galp, Auchan, Johnson & Johnson, BPI e Nestlé são algumas das companhias que vão participar. As empresas interessadas podem ainda inscrever-se, mas só até ao final desta sexta-feira.

“Os Wellbeing Games são um movimento de bem-estar, que pretende desafiar os colaboradores a saírem do local de trabalho por um dia e, em conjunto, vestirem a camisola das suas empresas, competindo e desfrutando das diversas atividades, num dia cheio de emoções e num ambiente amigável”, começa por explicar Tiago Santos, CEO da Workwell e promotor da iniciativa, ao ECO Trabalho.

A iniciativa surge depois de uma pesquisa desenvolvida em 2022 pela Workwell, no âmbito dos prémios Wellbeing Awards, onde foram avaliadas as práticas de bem-estar de mais de 100 empresas em Portugal: a dimensão de bem-estar social e emocional era a mais afetada e em pior estado.

“Não é de estranhar”, atira Tiago Santos. E explica: “As organizações enfrentam tremendos desafios na gestão de pessoas. Os novos formatos de trabalho trazem a tão agradecida flexibilidade e autonomia, mas também a diminuição de laços entre equipas e baixa identificação com a empresa, causando impacto no engagement, bem-estar e produtividade.”

Tiago Santos é o CEO da Workwell, que organiza os Wellbeing Games.

 

“Com os ‘novos’ modelos de trabalho é inevitável o afastamento entre as pessoas e empresas. As equipas estão menos tempo em contacto físico, partilham menos experiências, estabelecem menos laços entre elas, tendem a isolar-se mais e vestem menos a camisola da empresa. O que pode e será problemático! Como é que as empresas irão lidar com este crescente afastamento e continuar a assistir à descida dos níveis de engagement, com os custos que isso acarreta?”, questiona.

Para o promotor dos Wellbeing Games, criar experiências que permitam e incentivem as pessoas a desenvolver laços emocionais e afetivos, bem como momentos de interação com significado para as equipas — seja dentro ou fora do escritório — é, mais do que nunca, essencial.

As organizações enfrentam tremendos desafios na gestão de pessoas. Os novos formatos de trabalho trazem a tão agradecida flexibilidade e autonomia, mas também a diminuição de laços entre equipas e baixa identificação com a empresa, causando impacto no engagement, bem-estar e produtividade.

Tiago Santos

CEO da Workwell e promotor dos Wellbeing Games

“Ao investir em práticas de bem-estar e criar experiências incríveis para os colaboradores, as empresas podem obter benefícios com bastante retorno”, acrescenta ainda.

Ainda recentemente, a Ordem dos Psicólogos Portugueses alertou para os problemas relacionados com stress e saúde mental dos trabalhadores, resultando em absentismo, presentismo, quebras de produtividade, e custos para as empresas nacionais até 5,3 mil milhões de euros por ano. O montante, divulgado no II Relatório “Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho”, representa uma subida face aos 3,2 mil milhões estimados no ano passado.

A aposta em saúde mental nas empresas pode reduzir as perdas em, pelo menos, 30%, sugerem ainda estes especialistas.

Pertença, cooperação e empatia postas à prova

Os profissionais que participarão nos Wellbeing Games podem contar com provas e jogos lúdicos, que visam a criação de experiências únicas em equipa, seja na superação de provas, espírito de grupo e motivação. De modo a garantir alguma personalização, foram preparadas três áreas diferenciadas para pessoas distintas. Uma área mais desportiva, os jogos sem fronteiras e uma zona mais calma e relaxante, desvenda Tiago Santos.

A primeira, para os atletas das empresas, contempla várias modalidades mais tradicionais, como a corrida, o futebol, o padel, o voleibol, o basquetebol e o ténis de mesa.

A segunda, os jogos sem fronteiras, destina-se aos “colaboradores mais competitivos, que gostam de superar-se, mas que o desporto não é o seu forte”. “Aqui terão de competir em equipa, superando os vários jogos de cooperação e estratégia, pondo à prova o seu físico e a sua mente.”

Finalmente, a zona mais calma foi pensada todos aqueles que privilegiam a dimensão emocional, nomeadamente através de sessões de ioga, meditação, massagens e talks sobre bem-estar.

“Acredito que as empresas ganharão bastante em participar neste evento que se pretende que seja de team building, pois características como pertença, cooperação e empatia trabalharão a ligação entre empregador e colaborador, assim como entre colaboradores. Ao mesmo tempo, os Wellbeing Games, estimulam, tal como o nome indica, o bem-estar no emprego, valorizando, desta forma, locais de trabalho saudáveis. Será um dia bem passado e um momento que marcará, positivamente, as pessoas e empresas que participarem”, sublinha Tiago Santos.

Mais de 50 empresas já se inscreveram

São esperados cerca de 1.500 colaboradores, de mais de 50 empresas, no dia 2 de junho, que calha numa sexta-feira, no Estádio Universitário. Números que, sendo o ano de lançamento do evento, os organizadores consideram “muito positivos” e também o “reflexo da necessidade das pessoas e equipas estarem em conjunto e de se desligarem do stress do dia a dia”.

“No entanto, sabemos que estamos apenas a lançar a primeira pedra desta construção e que existe uma margem enorme de progressão para as próximas edições”, salienta.

Para já, não é possível identificar um padrão da empresa participante. “Inicialmente, pensámos que iríamos cativar essencialmente empresas de grande dimensão, das áreas de serviços e tecnologias e com foco num modelo de trabalho híbrido ou remoto. No entanto, o que encontrámos foi diferente. Temos tido uma procura bastante diversificada e contamos com inscrições de empresas de várias dimensões, do setor público e privado, de áreas como a saúde, seguros, banca, ensino, aviação, retalho, energia, tecnologia, entre várias outras e inclusive em formatos de trabalho presencial”, desvenda Tiago Santos.

Entre as presenças confirmadas estão já a da Galp, EDP, Jerónimo Martins, Auchan, Leroy Merlin, Johnson & Johnson, BPI, Nestlé e TAP.

Organizada pela Workwell, especialista na implementação de programas de bem-estar em organizações, a iniciativa conta com o apoio do Turismo Portugal, Comité Olímpico de Portugal, EDP, Randstad, Sport TV e Decathlon.

As inscrições decorrem até ao final desta sexta-feira, 19 de maio, e poderão ser realizadas no site e redes sociais dos Wellbeing Games.

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