Exportações já valem 85% das receitas da Altice Labs

Unidade tem contribuído positivamente para os resultados da Altice Portugal e 85% das receitas do polo tecnológico de Aveiro já correspondem a exportação.

O peso das exportações nas receitas da Altice Labs já ascende a 85%, enquanto a restante parcela diz respeito a vendas à Meo, a operadora do grupo, disse esta quinta-feira a presidente executiva da Altice Portugal, Ana Figueiredo. Em meados do mês passado, no congresso das comunicações, a responsável tinha referido que a parcela das exportações era de 80%.

A Altice Labs, o polo de inovação do grupo, está a comemorar o sétimo aniversário, se for excluído o período em que se chamava PT Inovação e pertencia à antiga Portugal Telecom. A partir de Aveiro exporta tecnologia para “mais de 60 países”, impactando 300 milhões de pessoas, avançou a gestora numa cerimónia.

Nos últimos meses, o impacto positivo da Altice Labs nas receitas da Altice Portugal tem sido notório. Só no primeiro trimestre de 2023, a empresa obteve 364 milhões de euros com serviços empresariais, um aumento de 22% face ao período homólogo que a dona da Meo justificou com o “crescimento da Altice Labs”. Em fevereiro, a empresa recusou indicar ao ECO “valores desagregados” sobre a evolução do negócio deste polo tecnológico.

Esta quinta-feira, Ana Figueiredo parabenizou o líder da Altice Labs, Alcino Lavrador, e destacou o efeito da unidade “no desenvolvimento regional”, no “crescimento da Altice Portugal” e na “expansão da tecnologia portuguesa” além-fronteiras. Segundo a CEO, a Altice tem apostado num “investimento contínuo em investigação e desenvolvimento” que, no ano passado, atingiu 80 milhões de euros.

Para o futuro, a empresa quer continuar a “patentear o que de melhor se faz na Altice Labs” e tenciona duplicar o número de patentes de 50 para 100 até 2030, referiu a executiva.

Noutra intervenção, o diretor-geral da Altice Labs acrescentou que a unidade terminou 2022 com “quase 29 milhões de casas com tecnologia de fibra ótica” desenvolvida em Aveiro e que já foram vendidos dez milhões de routers. A empresa vai iniciar também a exportação de um novo equipamento desta categoria para os EUA, indicou Alcino Lavrador.

Feitas as contas, a atividade da Altice Labs é “sustentável” e vai “libertando recursos” para poder continuar a “investir em inovação e investigação”. “É marcadamente um negócio internacional. Acrescentámos mais países ao nosso mapa, mais parceiros e mais clientes”, atirou o diretor.

Altice desvenda nova tecnologia que diz ser relevante para 5G e 6G

Por ocasião do sétimo aniversário, a Altice Labs realiza a “primeira demonstração real” da tecnologia 25G-PON, que é “extremamente relevante” para o 5G e futuramente para 6G e que serve para alimentar infraestruturas como aeroportos.

Cláudio Rodrigues, responsável da área de comunicações óticas da Altice Labs, explicou que esta tecnologia é uma “evolução natural das atuais redes de acesso óticas” e que tem aplicações em infraestruturas como aeroportos, universidades e hospitais, entre outros. “Evoluímos para a tecnologia 25G-PON, sendo o próximo grande passo tecnológico que nos permite tirar benefícios das atuais redes instaladas de fibra ótica”, prosseguiu, explicando o que é que esta traz de novo.

“Traz um aumento de dez vezes mais velocidade face à tecnologia que temos atualmente na rede de fibra ótica”, permitindo “velocidades na ordem dos 25 gigabits por segundo simétricos”, acrescentou Cláudio Rodrigues.

Esta tecnologia “é extremamente relevante para as novas redes móveis, ou seja, o 5G atual”, mas também “para futuras aplicações como, por exemplo, o 6G”, de que já se fala, “ou aplicações imersivas de realidade virtual, tais como realidade aumentada, assim como de comunicações holográficas”. Esta é uma tecnologia mais dirigida ao mercado empresarial, através da qual “podemos alimentar um aeroporto”, um campo universitário ou até um hospital, rematou.

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