Jack Ma: Transformação digital vai trazer décadas de dor

"Nos próximos 30 anos, o mundo vai assistir a mais dor do que felicidade." O alerta é do magnata Jack Ma, que alerta para os fortes impactos que a tecnologia vai ter na economia e na sociedade.

Jack Ma, o multimilionário chinês que fundou o grupo Alibaba, não antevê um futuro colorido: “Nos próximos 30 anos, o mundo vai assistir a mais dor do que felicidade”, disse, numa conferência de empreendedorismo que se realizou Zhengzhou, na China. Ma referia-se à transformação digital da economia e à disrupção nos empregos causada pela internet, pela automatização e pela robótica.

“Os conflitos sociais nas próximas três décadas vão ter impacto em todos os tipos de indústrias e formas de vida”, concretizou, num tipo de discurso pouco habitual para o magnata chinês que é, por muitos, considerado um visionário e que, por norma, possui uma visão bem mais otimista das coisas. Jack Ma alerta assim para um longo e difícil período de adaptação à tecnologia, que deverá deixar marcas severas na sociedade e na economia ao longo da próxima temporada.

"Os conflitos sociais nas próximas três décadas vão ter impacto em todos os tipos de indústrias e formas de vida.”

Jack Ma

Presidente executivo da Alibaba

Com 52 anos, o líder do grupo Alibaba lembrou que, no passado, deu “200 ou 300 palestras a lembrar toda a gente do impacto que a internet ia ter em todas as indústrias”. “As pessoas não prestaram atenção porque eu não era ninguém”, acrescentou. Segundo a Bloomberg, a Alibaba é a maior empresa do setor do comércio eletrónico na China e, à semelhança da Amazon, tem vindo a apostar em segmentos de rápido crescimento, como o streaming de vídeo e a produção de conteúdos, bem como o fornecimento de serviços da cloud.

De acordo com a agência, Jack Ma criticou ainda a banca tradicional, defendendo que mais pessoas deveriam ter acesso a crédito. Disse mesmo que a falta de um sistema de crédito robusto faz com que os preços subam para toda a gente. A par, claro, das duras críticas aos empresários que não empenham esforços na transição para a era da computação na “nuvem” e que não se adaptam à transformação provocada pela inteligência artificial.

Por fim, o magnata alertou que a robótica e a inteligência artificial ameaçam a empregabilidade, mas indicou que “as máquinas devem apenas fazer o que os humanos não conseguem”. “Só assim teremos a oportunidade de fazer com que as máquinas sejam parceiros de trabalho dos humanos, ao invés de substitutos”, defendeu.

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