IEFP sugere criação de balcão único para reconhecimento das qualificações dos imigrantes

Um balcão único poderia agilizar o processo de reconhecimento das qualificações dos imigrantes, acelerando a sua integração no mercado de trabalho em Portugal.

A diretora do departamento de formação profissional do IEFP, Conceição Matos, sugeriu esta quarta-feira, a criação de um balcão único que permita agilizar o processo de reconhecimento das qualificações dos imigrantes que entram em Portugal.

Não somos capazes de integrar os imigrantes se não forem reconhecidas as suas qualificações. É preciso agilizar o processo de reconhecimento das qualificações, talvez através da criação de um balcão único“, afirma Conceição Matos, durante a sua intervenção no debate “Um olhar sobre os dados das qualificações profissionais”, no âmbito da apresentação pública do “Relatório anual sobre Emprego e Formação Profissional, 2022”, do Centro de Relações Laborais (CRL), que a decorrer esta quarta-feira.

“Precisamos de gente para trabalhar. Precisamos de imigrantes em Portugal. Portugal é o quinto país do mundo com a população mais envelhecida”, acrescentou ainda.

Retrato do talento estrangeiro em Portugal

De acordo com o relatório, em 2021, verificou-se a existência de um saldo migratório positivo (mais 25,6 mil indivíduos). Um total de 25,1 mil pessoas saíram de Portugal de forma permanente, o que foi compensado pela entrada permanente de 50,7 mil imigrantes (dos quais cerca de 31 mil oriundos de países extra União Europeia e 19,7 mil provenientes dos restantes países da União, segundo a informação estatística disponibilizada pelo Observatório da Emigração e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Contudo, os números evidenciam uma quebra no número de entradas de estrangeiros em Portugal a partir de 2020. “Considerando alguns dados das Estimativas anuais de imigração do INE, relativos à população proveniente de outros países que escolheu Portugal como destino de residência, numa breve caracterização, verifica-se que, a partir de 2012 houve um aumento do valor total de imigrantes, evidenciando-se uma quebra a partir de 2020”, detalha o CRL no relatório.

Comparativamente com o período homólogo, o número total de entradas de imigrantes em 2021 (50,7 mil pessoas) diminuiu 24,5%.

Em 2021, “havia cerca de 237,1 mil estrangeiros nas empresas no Continente, dos quais 228,5 mil (96,4%) eram trabalhadores por conta de outrem e 8,2 mil eram empregadores, representando 3,4% do total de estrangeiros”.

Em comparação com 2020, os trabalhadores imigrantes por conta de outrem aumentaram 4,9% (mais 10,8 mil pessoas), enquanto os empregadores diminuíram 0,8% (menos 69 empregadores), dão conta os quadros de pessoal do Ministério do Trabalho.

Considerando esta população por nacionalidade, em 2021, cerca de 32,5% dos estrangeiros nas empresas, no Continente, provinha do Brasil, 20,7% da Ásia, 17,2% dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e 14% da União Europeia.

Entre 2020 e 2021, no Continente, o número total de estrangeiros nas empresas, apesar de ter aumentado 4,7%, não se repercutiu de igual forma no que respeita às diversas nacionalidades. “Com efeito, as nacionalidades com maior peso no total de estrangeiros registaram, na sua maioria, decréscimos, em particular a Espanha (menos 15,6%), a Roménia (menos 7,8%) e a Ucrânia (menos 6,1%). Por outro lado, verificou-se um aumento no que respeita aos oriundos do Brasil (mais 1,6 mil pessoas) e da Índia (mais 1,3 mil pessoas).”

(Notícia atualizada pela última vez às 13h47)

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