Avaliação bancária das casas recua pela primeira vez num ano
O preço a que os bancos avaliam os imóveis na altura de conceder crédito à habitação sofreu uma ligeira quebra em março, revela o INE. Ainda assim este indicador está em máximos de 2011.
Pela primeira vez no intervalo do último ano, a tendência de subida do valor da avaliação bancária das casas sofreu uma quebra, apesar de ligeira. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, indicam que em março o preço médio a que os bancos avaliam os imóveis no âmbito da concessão de crédito à habitação recuou para 1.107 euros por metro quadrado, abaixo dos 1.109 euros que se verificavam em fevereiro. Ou seja, menos 0,2%. Apesar dessa redução, este indicador encontra-se em máximos de 2011.
“Este decréscimo resultou, em particular, da diminuição de 0,8% registada no valor médio das moradias, atenuado pelo ligeiro aumento do valor médio dos Apartamentos (0,1%)”, refere o INE para justificar a queda do valor da avaliação bancária.
A quebra observada no preço que os bancos atribuem aos imóveis na hora de conceder crédito à habitação não é, contudo, transversal. Em Lisboa, março foi assinalado por um novo máximo de 2011 na avaliação das casas. Nesse mês, a avaliação bancária dos imóveis situados na área metropolitana de Lisboa fixou-se numa média de 1.353 euros por metro quadrado. Ou seja, mais cinco euros face ao mês anterior, e o valor mais elevado desde junho de 2011.
Mais elevada do que a avaliação dos imóveis situados em Lisboa, é a atribuída pelos bancos às casas situadas no Algarve. Nessa região, os preços aceleraram também em março, para um novo máximo de novembro de 2011, com o preço médio do metro quadrado a fixar-se nos 1.394 euros. Ou seja, mais 15 euros face ao preço que se verificava em fevereiro. Qualquer destas regiões tem visto o valor dos seus imóveis pressionados em alta, num contexto da uma forte procura, sobretudo de investidores estrangeiros.
Nas restantes regiões de Portugal Continental, a tendência dos preços das casas foi de queda, com o valor da avaliação bancária a recuar em termos médios tanto no norte do país, como no centro e Alentejo. Nas regiões Autónomas, observaram-se tendências distintas. Enquanto a avaliação bancária das casas situados nos Açores recuarem em março até mínimos de setembro do ano passado, nos 981 euros, na Madeira esta subiu pelo segundo mês consecutivo, para 1.209 euros por metro quadrado.
Um revés, mas tendência é de subida
A quebra registada no valor da avaliação bancária, em março, não é suficiente para travar o forte ascendente dos preços dos imóveis que se regista nos últimos anos, num contexto de recuperação do mercado de crédito, e em que a ordem dos bancos é para abrir a torneira da concessão. Mas também da melhoria da situação económica das famílias portuguesas que se mostram mais disponíveis para adquirir casa a crédito, apoiadas ainda nos níveis historicamente baixos das taxas de juro.
Por isso, não será de estranhar que a avaliação bancária das casas se encontre em máximos de 2011. Em termos homólogos, este indicador sofreu um aumento de 5,6% no primeiro trimestre deste ano, em termos nacionais. Uma vez mais, a subida da avaliação atribuída pelos bancos aos imóveis situados na grande Lisboa e no Algarve são o principal suporte deste ritmo de subida. Em Lisboa, este indicador cresceu 6,7% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo. No caso do Algarve, a subida foi de mais de 10%.
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