Assembleia-geral do Montepio justifica prejuízos com crise no setor
Avaliação dos órgãos de administração e fiscalização conclui que resultados negativos foram “condicionados pelo enquadramento macroeconómico e condições adversas em que se desenvolveu a atividade".
A assembleia-geral da Caixa Económica Montepio Geral aprovou quinta-feira as contas do banco referentes a 2016, segundo a informação enviada ao mercado, tendo considerado que os prejuízos foram resultado do enquadramento do país e do setor.
De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as contas de 2016 do banco mutualista foi aprovadas por maioria.
O ano passado, a Caixa Económica Montepio Geral apresentou prejuízos de 86,5 milhões de euros, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 243 milhões de euros em 2015.
Ainda na reunião magna foram aprovados os outros três pontos da ordem de trabalho, todos por unanimidade.
Em causa estava a aplicação de resultados, a avaliação dos órgãos de administração e fiscalização e a política de remunerações.
No caso dos órgãos de administração e fiscalização, a apreciação destes foi feita por “unanimidade e aclamação”, tendo sido ainda “registada a evolução favorável de um conjunto de indicadores de atividade” e concluído que os resultados negativos de 2016 foram “condicionados pelo enquadramento macroeconómico e pelas condições adversas em que se desenvolveu a atividade bancária”.
A Caixa Económica Montepio Geral é a principal empresa do Grupo Montepio, sendo totalmente detida pela Associação Mutualista Montepio Geral.
A associação e o banco mutualistas têm estado em foco nos últimos meses, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, como arguido em processos-crime.
A assembleia-geral da Caixa Económica é composta pelo Conselho Geral da Associação Mutualista, que integra 23 membros, sendo que 12 são diretamente eleitos pelos associados (atualmente oito membros da lista que foi encabeçada por Tomás Correia nas últimas eleições e quatro das outras listas concorrentes) e 11 por inerência enquanto membros de órgãos sociais (cinco do Conselho de Administração, três do Conselho Fiscal e três da mesa da assembleia-geral).
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