Subida dos preços da habitação abranda para 8,2% em 2023

Em 2023, os preços da habitação aumentaram 8,2% num ano em que foram vendidas mais de 136 mil casas, por um valor total de 28 mil milhões de euros.

Em 2023, os preços da habitação aumentaram 8,2%, o que representa uma desaceleração de 4,4 pontos percentuais face à subida registada no ano anterior, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No ano passado, foram vendidas mais de 136 mil casas, por um valor total de 28 mil milhões de euros.

No ano passado, “os preços das habitações transacionadas mantiveram uma trajetória de crescimento“, ainda que tenha existido uma “desaceleração”, dado que a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação passou de “12,6%, em 2022, para 8,2%“, adianta o gabinete de estatísticas. Este crescimento “continuou a ser extensível a ambas as categorias de habitações, tendo sido mais pronunciada nas existentes (8,7%) por comparação com as novas (6,6%)”, acrescenta.

A par do abrandamento dos preços, houve também uma diminuição do número de casas vendidas. Entre janeiro e dezembro de 2023, foram transacionadas 136.499 habitações, por um valor total de 28 mil milhões de euros, o que representa também um recuo de 8,7% e 11,9%, respetivamente, face ao período homólogo.

Esta diminuição foi sentida, sobretudo, nas habitações existentes, cujas transações encolheram 21,4% em número e 16,5% em valor. Por sua vez, no que toca às habitações novas, “observou-se uma redução de 6,1% no número de transações e um aumento de 2,6% no valor”, indica o INE.

De notar que estes dados comparam com os registados em 2022, ano de recordes sucessivos para o setor imobiliário, tanto no número de transações concluídas como nos valores praticados (tinham atingiu os 31,8 mil milhões de euros). Além disso, o abrandamento da procura e do ritmo de vendas registado em 2023 já tinha sido antecipado pelos especialistas ouvidos pelo ECO, que justificam a tendência com a subida das taxas de juro que têm dificultado o acesso ao crédito à habitação.

Das mais de 136 mil casas vendidas em 2023, mais de oito em cada dez (116.752 habitações, o equivalente a 85,5%) foram adquiridas por famílias, “por um total de 23,5 mil milhões de euros, o que representa uma redução anual de 19,8% em número e 13,8%, em valor”. Ao mesmo tempo, mais de 10 mil das casas foram vendidas a estrangeiros, com domicílio fiscal fora do Território Nacional, por um total de 3,6 mil milhões.

Preços das casas aceleram no último trimestre

Já no que diz respeito especificamente ao quarto trimestre de 2023, houve uma aceleração dos preços das casas. Entre outubro e dezembro, os preços da habitação aumentaram 7,8%, face ao período homólogo, e mais 0,2 pontos percentuais que no trimestre anterior. “Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 8,1% e 6,9%, respetivamente”, indica o INE.

Ainda assim, manteve-se a tendência de diminuição de casas vendidas: foram transacionadas 34.126 habitações, por um valor global de cerca de 7,2 mil milhões de euros, menos 2,6% face a idêntico período de
2022. Trata-se, portanto, de uma redução de 11,4% face ao número de vendas registado no quarto trimestre de 2022 e uma redução de 0,4% face ao trimestre anterior.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h11)

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