Empresas ignoram apoios para contratar recursos qualificados
Alguns avisos para inserção de recursos qualificados nas empresas “ficaram desertos”, apesar do apoio dado pelos fundos comunitários, lamenta a presidente da CCDR Centro.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) avançou esta terça-feira que alguns avisos para a inserção de recursos humanos altamente qualificados “ficaram desertos”, apesar dos incentivos passarem pelo pagamento de metade dos salários.
“Tivemos avisos que ficaram desertos! Isso significa que não tivemos qualquer empresa a querer contratar recursos humanos altamente qualificados”, revelou Ana Abrunhosa.
"Tivemos avisos que ficaram desertos! Isso significa que não tivemos qualquer empresa a querer contratar recursos humanos altamente qualificados.”
Na sua intervenção num debate sobre a emigração de jovens qualificados, que decorreu ao final da tarde de hoje, a presidente da CCDRC sublinhou que ficou surpreendida, pela negativa, com as poucas candidaturas apresentadas pelas empresas para contratação de recursos humanos qualificados, nomeadamente mestres, doutorados e licenciados há mais de cinco anos.
“Sabem qual foi a desculpa? Que os valores de referência são muito elevados, mas recuso-me a baixar estes valores”, salientou.
"Sabem qual foi a desculpa? Que os valores de referência são muito elevados, mas recuso-me a baixar estes valores.”
O apoio em causa prevê, durante três anos, o pagamento de metade do valor de referência, sendo o salário mínimo de 1.500 euros. “Se for licenciado são 1.850 euros, mestre são 2.000 euros e doutorado 2.500 euros”, informou.
De acordo com Ana Abrunhosa, até ao momento foram aprovadas 53 candidaturas, que correspondem a 28 licenciados, 15 mestres e dez doutorados.
“Destes, com experiência no estrangeiro são quatro licenciados, dois mestres e um doutorado. E aqueles que deixaram o estrangeiro para vir são um mestre, um doutorado e um licenciado”, referiu.
No seu entender, isto é “manifestamente pouco”, sendo necessário continuar a trabalhar para este propósito, já que estes são “salários dignos tendo em conta o salário médio do país”.
“Quando falamos com estes jovens, temos a perceção que até estão disponíveis para vir e uma diminuição do salário não é problema desde que tenham perspetiva de carreira”, concluiu.
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