Ministra não fecha a porta a aumento do salário mínimo acima do previsto

Acordo de rendimentos prevê subida do salário mínimo para 855 euros em 2025, mas ministra do Trabalho não descarta hipótese de se ir mais longe. Palma Ramalho fez balanço desse entendimento.

O salário mínimo pode vir a subir mais do que os 35 euros já previstos no próximo ano? A ministra do Trabalho não afasta, para já, essa hipótese. Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira à saída de uma reunião de Concertação Social, Maria do Rosário Palma Ramalho lembrou que o Governo tem já definida uma meta para o salário mínimo nesta legislatura (chegar aos mil euros até 2028), mas admitiu que até esse marco poderá haver ” avanços intermédios”.

“O Governo tem um programa de atualização do salário mínimo para a legislatura. Para chegarmos a essa meta poderá haver avanços intermédios“, salientou a governante, à saída de uma reunião na qual o Executivo apresentou às confederações patronais e às centrais sindicais um balanço do acordo de rendimentos.

Importa notar que esse entendimento – que ainda foi firmado pelo Governo de António Costa – tem prevista a trajetória do salário mínimo até 2026. Em 2024, a meta aí prevista foi, contudo, revista em alta, pelo que a retribuição mínima garantida está hoje em 820 euros, em vez dos 810 euros inicialmente previstos.

para o próximo ano, o acordo de rendimentos prevê uma subida de 35 euros para 855 euros. No entanto, o secretário-geral da UGT defendeu, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que pode haver margem para ir mais longe, apontando para 890 euros, ou seja, para um aumento de 70 euros.

Esta quarta-feira, a ministra não quis precisar o que acontecerá ao salário mínimo, sublinhando que “ainda é prematuro” discutir essa matéria.

Regra geral, esse é um assunto que é discutido na Concertação Social no final de cada ano. O Governo tem, por lei, de ouvir os parceiros sociais, mas cabe-lhe a última palavra mesmo que não haja acordo de patrões e sindicais.

Quanto ao balanço do acordo de rendimentos, a ministra do Trabalho salientou que “há uma série de medidas que ainda não foram implementadas“, mas não detalhou.

“O compromisso do Governo é cumprir o que está em vigor, mas esta é uma instância de negociação contínua. Portanto, se o Governo, juntamente com os parceiros sociais, chegar à conclusão que algumas das medidas lá previstas não fazem hoje sentido e foram ultrapassadas pelo tempo, ou que se deve encaminhar a negociação de uma outra forma, não hesitaremos em fazê-lo“, acrescentou Palma Ramalho.

Uma das matérias que poderão ser discutidas nesse âmbito é a lei do trabalho. Na primavera do ano passado, esta legislação sofreu dezenas de mudanças. O Governo diz que quer revisitar o que foi feito nessa altura.

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