Novo acordo da Concertação sem assinatura garantida da CIP
Nova versão do acordo enviada aos parceiros pelo Governo deixa cair intenção de reduzir IRC em dois pontos em 2025, garantindo apenas a vontade de ir reduzindo gradualmente o IRC até 2028.
O Governo marcou para esta terça-feira a assinatura do acordo sobre valorização salarial e crescimento económico, mas a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) ainda está em dúvida, ao que o ECO apurou. E a versão mais recente da proposta do Governo já não se compromete com a redução de dois pontos do IRC, medida que é uma das principais reivindicações dos patrões.
No último ano, a CIP decidiu ficar de fora do acordo assinado pelo Governo anterior com os parceiros sociais, mas, desta vez, mostrou abertura para entrar no entendimento.
Aliás, ainda na quarta-feira, à entrada de uma reunião da Concertação Social, o presidente, Armindo Monteiro, dizia acreditar que tal seria possível, uma vez que este Executivo tem mostrado “mais disponibilidade para acolher as propostas” dos patrões.
Já à saída desse encontro, o patrão dos patrões deixou claro que ainda faltava afinar algumas medidas, como a isenção fiscal dos prémios de produtividade, que a CIP quer que seja uma medida “livre” das condições estipuladas pelo Governo.
Entretanto, o Executivo de Luís Montenegro decidiu marcar para esta terça-feira a assinatura do acordo, sendo que a CIP ainda não decidiu se irá ou não entrar nesse entendimento. Ao que o ECO apurou, a confederação esteve sentada à mesa com o Ministério do Trabalho e, neste momento, os membros da direção estão em reunião, não tendo ainda tomado uma posição final.
Rafael Rocha, diretor-geral da CIP, assegura que a confederação está “a trabalhar para conseguir as melhores respostas do país“.
De resto, a versão da proposta de acordo que está a ser discutida, neste momento, traz uma diferença significativa face àquela que foi originalmente apresentada pelo Governo na semana passada na Concertação Social.
O documento de quarta-feira prometia uma “redução progressiva da taxa de IRC até 2028, passando em 2025 dos atuais 21%
para 19%“. Já a nova versão refere apenas “a redução progressiva do IRC até 2028″.
O alívio deste imposto era uma das reivindicações centrais da CIP, e esta diferença é importante, tendo em conta que o alívio desse imposto é, neste momento, um dos temas quentes da negociação do Orçamento do Estado para 2025, com o PS a fechar a porta a qualquer acordo, se o Governo insistir com a redução do IRC.
Outra das medidas sensíveis nessa negociação é o IRS Jovem. Mas na proposta de acordo com os parceiros sociais, o Governo, neste caso, diz apenas que quer reduzir o imposto aplicado aos jovens com idade até aos 35 anos.
Entre as outras medidas previstas neste acordo, destaque para a subida do salário mínimo em 50 euros anuais até 2028, para a isenção fiscal dos prémios de produtividade, para a subida da isenção do subsídio de refeição e para o reforço do benefício em IRC das empresas que façam aumentos salariais.
Atualizada às 20h12
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