Saxo Bank está a comprar ações portuguesas. Vê PSI-20 nos 7.000 pontos
Banco dinamarquês aponta para disparo de 35% da bolsa portuguesa com o desempenho económico surpreendente. E já está a investir. "É uma aposta em ações importante para nós", diz o analista do banco.
“Uma grande surpresa macroeconómica” levou o Saxo Bank a entrar no mercado de ações português. O banco dinamarquês está mais otimista em relação a Portugal, diz que os títulos portugueses estão baratos e vê o índice PSI-20 a atingir os 7.000 pontos até final do próximo ano.
“Hoje estamos a alargar a nossa recomendação de compra de ações portuguesas com base na grande surpresa económica na avaliação dos títulos”, afirma o diretor de estratégia de ações do Saxo Bank, Peter Garny. “O índice negoceia num nível 18 vezes o seu lucro por ação esperado e apresenta uma dividend yield de 3,6%. No rácio entre a cotação e o valor dos ativos, a avaliação do índice está tão deprimida como durante a crise da zona euro em 2012. Isto significa que há muita margem para um potencial de subida se as perspetivas e os fundamentais melhorarem ligeiramente”, explica Garny.
Nesse sentido, este gestor diz que o Saxo está a entrar no mercado de ações de Portugal através da compra de CFD (instrumentos mais complexos e que replicam o comportamento de determinado ativo). E prevê: “O nosso preço alvo é agressivo, de 7.000 pontos, dado que esperamos que o índice recupere a maior parte da queda que observou desde o pico na sequencia do programa de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) no início de 2015”.
Atualmente, o PSI-20 negoceia nos 5.170 pontos. Ou seja, o banco estima um potencial de valorização de 35% para os próximos meses.
"O índice negoceia num nível 18 vezes o seu lucro por ação esperado e apresenta uma dividend yield de 3,6%. No rácio entre a cotação e o valor dos ativos, a avaliação do índice estão tão deprimida como durante a crise da zona euro em 2012. Isto significa que há muita margem para um potencial de subida se as perspectivas e os fundamentais melhorarem ligeiramente.”
Garny considera que se trata de um trade estratégico “em ações da periferia europeia e mais especificamente em Portugal enquanto outperformer [com pior desempenho que os pares]”. “Não esperamos qualquer recessão nos próximos 12 meses tendo em conta os atuais dados económicos na Europa. O nosso horizonte temporal estende-se até final de 2018 nesta aposta. Isto é uma aposta em ações importante para nós”, frisa o analista.
Elencando vários indicadores económicos positivos, desde o crescimento económico, a descida da taxa de desemprego até ao boom no turismo, o Saxo Bank diz que nem tudo sem rosas para Portugal. Sublinha o elevado endividamento público e o baixo nível de crédito às empresas. “Mas o impacto negativo do crédito só torna o crescimento ainda mais impressionante”, refere.
Em relação ao setor bancário, Garny adianta que continua vulnerável a uma das mais elevadas taxas de ativos problemáticos e é uma ameaça ao sentimento dos investidores e ao desempenho das ações.
“Com os recentes resgates bancários em Espanha e Itália, o foco está agora de regresso a Portugal. Esperançosamente, o país pode orquestrar um plano de recapitalização convincente para o setor bancário para que o crédito possa fluir outra vez”, assegura o analista.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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