Metade dos países avaliados pela Moody’s tem o rating no lixo

  • Lusa
  • 4 Julho 2017

A percentagem de emissores de dívida pública avaliados pela Moody's com um rating de "lixo" chegou pela primeira vez aos 50%, em 2016, devido ao crescente acesso aos mercados financeiros.

O relatório anual da agência de notação financeira Moody’s sobre a atribuição e evolução dos ‘ratings’, revela que a percentagem de emissores cuja qualidade do crédito é considerado de risco subiu para os 50% em 2016, quando no ano anterior estava nos 46%. Um desempenho que pode ser explicado pelo crescente acesso aos mercados financeiros dos países em desenvolvimento.

“No final de 2016, a percentagem de emissores de dívida soberana com qualidade de investimento desceu para 50%, quando em 1983 todos os emissores tinha qualidade de investimento”, lê-se no relatório.

"No final de 2016, a percentagem de emissores de dívida soberana com qualidade de investimento desceu para 50%, quando em 1983 todos os emissores tinha qualidade de investimento.”

Relatório da Moody's

A escala da Moody’s para atribuição de ratings vai desde o AAA até ao D, com o nível de Baa a ser o primeiro da escala de investimento, que genericamente pode ser classificada como o nível a partir do qual existe uma forte possibilidade de o emissor não conseguir honrar o compromisso financeiro que assumiu com o credor quando emite dívida, por comparação com os outros emitentes no mercado.

Com o passar dos anos, os países de mercados emergentes mais arriscados ganharam acesso ao mercado de dívida“, o que, aliado à degradação da qualidade dos ativos, nomeadamente desde a crise financeira e económica de 2008, fez com que apenas metade dos emissores de dívida soberana tenham uma avaliação que recomenda o investimento.

"A tendência de melhoria da avaliação nos anos anteriores à crise financeira de 2008 reverteu-se [desde então].”

Relatório da Moody's

“A tendência de melhoria da avaliação nos anos anteriores à crise financeira de 2008 reverteu-se” desde então, explica a Moody’s, que coloca Portugal, Brasil, Angola e Moçambique com notações financeiras abaixo da recomendação de investimento, ou “lixo”, como geralmente é designada.

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