Ministro da Defesa Nacional desconhecia “insegurança” na base de Tancos
Azeredo Lopes, ministro da Defesa Nacional, garantiu no Parlamento desconhecer qualquer informação que apontasse para uma situação de "alegada insegurança" nos paióis de Tancos.
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, garantiu no Parlamento que, antes do assalto aos Paióis Nacionais de Tancos, não tinha em sua posse “nenhum relatório, informação, pedido ou chamada de atenção que identificasse uma situação grave de insegurança, alegadamente existente”. “Não tinha conhecimento de uma situação grave ou que fosse urgente corrigir de segurança naqueles paióis ou instalações militares”, sublinhou.
Azeredo Lopes descartou ainda a ideia de que desvalorizou o assalto à base militar de Tancos, que se verificou na semana passada. “É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar”, indicou o ministro.
Azeredo Lopes está esta sexta-feira a responder às questões dos deputados na Assembleia da República., na Comissão de Defesa Nacional. Mais à frente, numa resposta, reiterou: “Não fui informado de qualquer situação que pudesse, direta ou indiretamente, antever aquilo que se passou [em Tancos].”
Ministro assume “responsabilidades políticas”
Azeredo Lopes garantiu que assumiu “responsabilidades políticas” sobre o furto de material de guerra em Tancos. “Assumi-as sem hesitar, como dever evidente que resulta da atividade política”, referiu. Essa responsabilidade passou por tomar medidas para “se corrigir o que for necessário corrigir, melhorar o que for necessário melhorar, para evitar uma situação como esta no futuro”, salientou.
"O ministro da Defesa Nacional não tinha em sua posse, como muitos pretendem fazer crer, nenhum relatório, informação, pedido ou chamada de atenção que identificasse uma situação grave de insegurança alegadamente existente nos Paióis Nacionais de Tancos.”
Numa apresentação inicial, o ministro tentou desconstruir os argumentos que “têm sido amplamente invocados no espaço público mediático e político” acerca do assalto ao Exército em Tancos.
Nomeadamente, a “relação entre o político e operacional no âmbito da Defesa Nacional”, em que o domínio “da execução de cariz mais operacional é, em princípio, da responsabilidade dos ramos”; o alegado conhecimento que já existiria da situação (que negou); a desvalorização da situação (que reiterou ser “grave”); e do impacto negativo para a reputação nacional (que terá permanecido “intacta”).
“É preciso despautério para invocar desinvestimento nas Forças Armadas”
O ministro da Defesa Nacional, em resposta a um deputado do PSD, vincou: “Em nenhuma situação aceito que uma prioridade tão básica como a proteção de material militar seja explicada com desinvestimento ou efetivo.” E acrescentou: “É preciso despautério para vir invocar desinvestimento nas Forças Armadas.” Azeredo Lopes disse que, tendo em conta a situação, “era bom” que a comissão se afastasse de um “patamar de luta política”.
Quanto a eventuais responsabilidades no caso por parte do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, o ministro optou por “não comentar”. E avançou: “O senhor CEME teve a amabilidade de me informar num sábado, depois de registar factos, ter tomado essa decisão [da exoneração de cinco chefias militares].”
(Notícia atualizada às 17h com mais informação)
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