Menos de um quinto das empresas dão formação contínua aos trabalhadores
Empresas maiores são as que dão mais formação aos seus empregados, mostram os dados do GEP. Subiu número de trabalhadores abrangidos e aumentaram os próprios custos da formação.
Há mais empresas a dar formação contínua aos seus trabalhadores, mas continuam a ser uma minoria no mercado nacional. Menos de um quinto dos empregadores dinamizaram ações formativas junto dos seus empregados em 2023, mostram os dados divulgados esta semana pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho.
No total, 50.146 empresas garantiram formação contínua aos trabalhadores no último ano, o equivalente a 18,6% dos empregadores identificados. Em comparação, em 2022, tinham sido cerca de 46 mil as empresas a assegurar este direito aos seus empregados, o correspondente a 17,3% do total dos empregadores.
“Mas observam-se diferenças significativas em função da dimensão da própria empresa“, realça o GEP. Se entre as empresas com até nove trabalhadores, só 12,4% deram formação contínua, entre aquelas que têm, pelo menos, 500 empregados, mais de 91% dinamizaram ações deste tipo, como mostra o gráfico abaixo.
Há também diferenças relevantes entre setores de atividade. “Destacam-se, pela positiva, os setores da captação, tratamento e distribuição de água e da eletricidade, gás e água como aqueles com maiores taxas de formação e, pela negativa os setores das atividades imobiliárias e o do alojamento e restauração“, salienta o GEP. O fosso entre a taxa de formação do setor que sai melhor na fotografia e aquele que sai pior é de quase 36 pontos percentuais, calcula o ECO.
Quanto aos trabalhadores abrangidos, os dados mostram que em 2023 quase 1,4 milhões frequentaram ações de formação, com uma taxa de participação “ligeiramente superior” entre as mulheres.
“Os trabalhadores com habilitações superiores frequentaram, tendencialmente, mais ações de formação bem como os trabalhadores com profissões mais qualificadas”, acrescenta o GEP.
"Em 2023 as empresas declararam ter proporcionado aos seus trabalhadores 46.339,2 milhares de horas em formação, o que correspondeu a uma média de 34,2 horas por trabalhador.”
No total, no último ano, as empresas declararam ter disponibilizado aos seus trabalhadores 46.339,2 milhares de horas em formação, o que corresponde, em média, a 34,2 horas por trabalhador.
“E os custos com formação reportados traduziram um aumento significativo face ao valor apurado para o ano anterior, sendo de 425.696,5 milhares de euros”, indica anda o GEP. Contas feitas, a média deste custo por trabalhador foi de 517,0 euros, mais 31,3% do que em 2022.
A propósito, importa notar que a maioria das ações formativas foram dinamizadas durante o horário de trabalho, por iniciativa do empregador e com a própria empresa a assumir o papel de entidade formadora.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Menos de um quinto das empresas dão formação contínua aos trabalhadores
{{ noCommentsLabel }}