BPI: Ataque de Costa à Altice vai beneficiar a Nos

No debate do Estado da Nação, o primeiro-ministro criticou a “forma irresponsável” como a Altice está a reestruturar a PT Portugal, empresa que corre o risco de se transformar numa nova Cimpor com o eventual “desmembramento” e eliminação de postos de trabalho, acusou António Costa. Para o BPI, este ataque do líder do Executivo “coloca a Altice sob pressão e deve beneficiar os outros operadores”, como a Nos.

“Partilho consigo os receios sobre a evolução da PT. Porque receio bastante que a forma irresponsável como foi feita aquela privatização, possamos vir a ter um novo caso Cimpor e um novo desmembramento que ponha em causa não só os postos de trabalho como o futuro da empresa”, disse o chefe do Governo esta quarta-feira, numa resposta ao deputado comunista João Oliveira, que falou do alegado ambiente de “intimidação” aos profissionais da PT Portugal.

Numa nota publicada esta quinta-feira, os analistas do BPI Research consideram que este ataque pode exercer “influência nos clientes da Altice”, tanto consumidores privados como e clientes empresariais. Mas o maior impacto até poderá vir do próprio Governo, que é o maior cliente da Altice, nota o BPI Research.

“Acreditamos que a forma como a Altice irá gerir esta crise pode ter implicações materiais nas perspetivas para o setor das telecomunicações em Portugal”, sublinha o analista Pedro Oliveira, autor da nota. “Não excluímos um cenário onde a Nos tem uma nova oportunidade para roubar uma grande fatia do mercado, particularmente nos segmentos empresarial e setor público”, explica.

"Não excluímos um cenário onde a Nos tem uma nova oportunidade para roubar uma grande fatia do mercado, particularmente nos segmentos empresarial e setor público.”

O BPI Research atribui um preço-alvo de 5,70 euros à Nos. As ações da operadora liderada por Miguel Almeida disparam 3% para 5,449 euros, depois de ter sido incluída no lote das balas de prata do Haitong para este trimestre.

Nos acelera

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.