Aposta dos portugueses em certificados está a cair

Certificados de aforro já perderam 700 milhões em 2017. Portugueses continuam a preferir os certificados do Tesouro porque rendem mais. Ainda assim, investimento total caiu 22% desde o início do ano.

Os aforradores portugueses aplicaram um total de 1.400 milhões de euros em certificados na primeira metade do ano, o que corresponde a uma quebra de 22,6% face ao mesmo período de 2016. Dados do Banco de Portugal até junho reforçam a popularidade dos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), que têm conquistado cada vez mais a preferência (e poupanças) das famílias portuguesas em detrimento dos tradicionais certificados de aforro.

Desde o início do ano, os CTPM observaram aplicações na ordem dos 2.124 milhões de euros, traduzindo-se num crescimento de 22% face ao mesmo período do ano passado. Só no último mês de junho o montante aplicado nestes certificados foi de 260 milhões de euros.

Em sentido contrário, os certificados de aforro sofreram resgates de 685 milhões de euros no primeiro semestre do ano. Na verdade, este produto de poupança mais tradicional tem observado saídas de capital há oito meses consecutivos, de acordo com o boletim mensal do banco central nacional. Em junho, o desinvestimento nestes certificados situou-se em 57 milhões de euros.

Retornos dão gás aos certificados do Tesouro

Banco de Portugal

O que motiva este comportamento? A grande diferença nos juros oferecidos por estes dois produtos de poupança. Enquanto a remuneração dos CTPM fica nos 1,25% no final do primeiro ano de subscrição — subindo para os 2,25% quando atinge a maturidade dos cinco anos –, os certificados de aforro permitem uma remuneração que fica pela metade.

Concorrem ainda com estes produtos as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) que este ano já contaram com duas emissões. A primeira foi em abril, ofereceu uma taxa de juro de bruta de 1,9% (mais Euribor a 6 meses), tendo atraído 1.000 milhões de euros.

A segunda emissão destas obrigações dirigidas para o retalho encontra-se em fase de subscrição até 28 de julho e paga um juro de 1,6% (acrescido da mesma Euribor). O Estado procura 500 milhões mas a oferta pode aumentar.

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