Cair, levantar e voltar a tentar. 11 histórias de empreendedores que falharam
São jovens empreendedores, bem sucedidos, e com um longo caminho pela frente. Mas para o sucesso de hoje contribuíram histórias menos felizes que agora recordam.
Não há quem comece um negócio e tenha logo sucesso. Ou melhor, até há, mas este não é o caso. Mário, André, João Romão, Pedro, Vasco, Sofia, Ricardo, Carlos, Sara, Liliana e João Vasques são a prova viva de que, para alcançar o sucesso há um caminho de fracassos e aprendizagem por trás. Mas, em que é que tanto se falha?
Mário Mouraz, hoje na Climber Hotel, o seu terceiro projeto empreendedor, relembra dois outros que não tiveram o sucesso esperado. “Montei a primeira startup em 2013, chamava-se Travel with Mario. Era uma espécie de mapa digital das principais cidades europeias”, explica. Ainda nesse ano, Mário lançou vários guias, mas “como havia muita concorrência era difícil a diferenciação”. A startup não era o que o mercado pedia, e Mário acabou por não ter retorno. Fechou o negócio.
A Climber Hotel, o negócio número três, surge em janeiro de 2015 e com alguns conselheiros. “Tenho na minha equipa advisers, alguns até vieram do estrangeiro. Senti necessidade de ter alguém a avisar-me e orientar-me para não cometer os mesmos erros”, explica, em entrevista ao Eco. Hoje em dia a equipa tem oito pessoas e estão agora a entrar no mercado e a fazer as primeiras vendas. “Fizemos algumas coisas erradas mas, pelo facto de termos conselheiros a relembrar-nos o que fazer, o que era importante e afins, foi mais fácil, e acabámos por fazer as coisas mais rápido e melhor”, confessa Mário.
Com o que lhe aconteceu nos dois projetos anteriores, Mário percebeu que não tinha prestado atenção às necessidades do mercado. E que, mais do que tudo, não fazia ideia do que era uma startup. Hoje, com o novo projeto, Mário percebe como é que, até agora, não tinha tido sucesso.
A sua segunda startup também não funcionou porque, quando se trabalha em equipa, tem de haver “equilíbrio”, assegura. “Estávamos muito desalinhados uns dos outros, quer em termos complementares como de formação e valências”, explica Mário, que decidiu abandonar a startup e iniciar uma terceira empresa que era também no setor do turismo e hotelaria.
Estávamos muito desalinhados uns dos outros, quer em termos complementares como de formação e valências.
Com Vasco Pedro a história não foi bem a mesma. “A primeira startup que comecei foi a Bueda”, recorda. “A ideia era usar o trabalho, que estava a fazer na tese de Doutoramento sobre semântica, para atacar um problema grande com os anúncios, e comecei o negócio sozinho. Mas, ao fazer isso, acabei por ser eu também a fazer as vendas. No início, isso não me permitiu desenvolver o produto como gostaria”, explica Vasco.
Assim, embora tivesse a tecnologia, acabou por não ter o produto. A tecnológica não teve sucesso e Vasco atribui a falha à falta de preparação da equipa — que entretanto contou com outros elementos –, e à falta de tempo e falhas na distribuição de tarefas. “Lançámos o projeto cedo de mais e a ambição levou-nos mais longe. É claro que correu mal”, lamenta Vasco. Hoje em dia é CEO da Unbabel, startup que fundou em 2013.
À semelhança do que aconteceu com Vasco, foi durante o Mestrado que Ricardo Carvalho teve a sua primeira startup. “Chamava-se Pigeon, mas mais tarde mudamos para Pígero. Era um startup na área do turismo e, como eu tinha feito uns interrails, era uma espécie de rede social de roteiros”, explica. Ricardo e a equipa de dois colegas estavam focados em criar algo tecnologicamente perfeito mas esqueceram-se da tração. “E uma rede social sem tração não vale a pena estar no ar”, confessa, em conversa com o Eco.
Embora se perguntasse o que é que tinha falhado, Ricardo continuou a trabalhar. “Agora estou a lançar outra startup, uma plataforma de serviços de segurança privados”, refere. Este novo projeto está a “correr melhor” porque “a venda do produto é muito mais importante do que o seu desenvolvimento”, analisa.
Também Sofia Simões de Almeida, hoje na Line Health, confessa que o caminho até aqui não foi fácil, sobretudo depois de a sua primeira startup, a Make It Happy, ter falhado. “Temos de aceitar que a possibilidade de falhar existe, senão nunca tomamos decisão nenhuma e paralisamos. O objetivo é exatamente o oposto: nunca parar”, confessa.
Falhar por completo
Há semelhanças nas histórias de quase todos os empreendedores, pelo menos no início da carreira ou antes de lançar um projeto. Quem o diz é Sara Correia, hoje na Boldplaces. “Falha-se em não escolher as pessoas certas para trabalharem no projeto, em complicar o que tem de ser simplificado e em perder tempo com coisas que não são assim tão importantes para a execução do projeto”, explica Sara.
A perfeição é coisa que, segundo a empreendedora, não pode marcar presença nos negócios. Por outro lado, é o foco que muitas vezes pode arruinar tudo. “Para implementar negócios ou ideias, a criatividade ajuda muito porque traz-nos respostas a todo o tipo de situações e obstáculos, mas não basta. O foco nas prioridades é fulcral para a execução de qualquer negócio”.
O primeiro projeto de Sara foi um restaurante que “falhou por completo”, por falta de experiência. “Na altura trabalhava numa produtora de televisão e não tinha conhecimento nenhum na área. Começou logo mal porque comprámos o trespasse do espaço quase por impulso, sem pensar muito no assunto. Não avaliámos as condições, a localização, o target certo, o conceito. Não demos formação às pessoas que vieram trabalhar connosco. Atirámo-nos mesmo de cabeça”, explica Sara. Em apenas nove meses, o restaurante fechou.
"Falhámos outra vez e ainda mais depressa, com menos dinheiro investido.”
Também para João Romão, neste momento à frente da Get Social, o sucesso do projeto anterior em nada se compara com o que vive agora. “A Wishareit foi uma startup criada em 2011 com o objetivo de ajudar as pessoas, como a família e os amigos, a encontrar os presentes ideais”, recorda João, que fundou a empresa com mais três sócios.
Ainda que, no início, tenham feito um estudo que os levou a concluir que a maioria das pessoas não sabe o que oferecer, o projeto durou dois anos. “Fomos sempre muito pessoais, tentámos resolver um problema que nós tínhamos mas que outras pessoas podiam não ter”, acrescenta. A visão do produto não era a ideal e as soluções encontradas serviam mais à equipa de João do que ao público a que queriam chegar. Embora tenha existido um investimento de cerca de 30 mil euros, durante os dois anos em que a Wishareit existiu nenhum dos fundadores recebeu dinheiro algum.
Com mais prejuízos do que nunca, João decidiu alterar alguns aspetos no negócio e reduzir a equipa. Ainda assim, não foi suficiente. “Falhámos outra vez e ainda mais depressa, com menos dinheiro investido”, confessa João. Desta vez estava definido um prazo limite para ver resultados, ao contrário do que aconteceu com a primeira startup. Foi isso que aconteceu em junho de 2013. A Get Social — um novo projeto — surge três meses depois.
De startup em startup
Depois da tese de Mestrado feita e, já na Talkdesk, João Vasques mudou-se para a Uniplaces durante um ano, a convite de um dos fundadores, Miguel Santo Amaro. Mas o que João realmente queria era um negócio seu. “A minha primeira startup chamava-se Wazza, era uma app que permitia às empresas maximizar as receitas. O conceito passou por várias etapas, mas correu mal”, conta João Vasques. “Tentei arranjar uma pessoa que fosse parecida comigo, porque tinha algum receio de trabalhar sozinho. Mas não fui criterioso o suficiente”, acrescenta. A startup durou apenas um ano, mas João atribui o seu falhanço a várias coisas. “Não tínhamos conhecimento suficiente do mercado, e estávamos a trabalhar num sistema de analitics e big data, e nenhum dos dois percebia nada de pagamentos bancários, ainda que fosse algo tecnicamente interessante”, refere. A startup durou um ano. E João voltou ao ponto de partida: a Talkdesk.
“Falhar em tudo” é a confissão de Pedro Moura, co-fundador da Mobizy. “Desde a identificação de uma necessidade real que precisasse de ser resolvida à definição dos mercados e clientes-alvo, à conceção e desenvolvimento de produtos, contratação de recursos, desfoque da atividade comercial, dar importância demasiada a eventos de empreendedorismo, prémios e media, prolongar de startups que já não iriam a lado nenhum, o empurrar de problemas com a barriga para não chatear ninguém, ao não ouvir conselhos de valor, ou ter dado ouvidos a conselhos sem valor nenhum, entre outras coisas”.
Em 2000, Pedro e dois colegas do trabalho de final de curso criaram um Sistema de Gestão Colaborativa Online de Universidades, a partir do qual fundaram uma startup, chamada Colabora. “Arranjámos cada um 15.000 euros e metemos mãos à obra”. Mas, mesmo com o investimento de 45 mil euros, não correu bem. “Falhámos pelo timing do produto porque, o que estávamos a fazer estava muito à frente do que existia ou se pensava que podia vir a existir e, também, pelo mercado escolhido — as universidades –, pois revelaram-se péssimas clientes, indecisas e nada recetivas à inovação na gestão dos seus processos”, conta.
A faculdade que Pedro frequentou, o Instituto Superior Técnico, acolheu a ideia da Colabora e fez nascer a ‘Fénix”, uma app muito parecida com a primeira versão criada pelos três amigos. “Ao menos, a Colabora serviu para alguma coisa”, conclui.
Carlos Gonçalves trabalha na Bosch como gestor de projeto e viu no mundo empresarial, ainda durante a faculdade, uma oportunidade para desenvolver as suas ideias. Depois de uma especialização em empreendedorismo tecnológico, e de cinco anos a trabalhar no estrangeiro, regressou a Portugal e começou o primeiro projeto, com mais três pessoas: a Arumis, uma solução para melhorar a experiência do espectador adaptada, por exemplo, às salas de cinema.
“O meu primeiro falhanço foi fazer uma coisa para a qual não estava minimamente preparado a nível de complexidade. Aquilo que a minha equipa fez, a nível de produto, estava bem, porque tínhamos protótipos e tudo mais, mas começaram a surgir dúvidas sobre como é que o projeto não conseguia angariar dinheiro, nem ter fundos”, recorda Carlos. “Para dar o salto era preciso outros recursos”.
Mas para Carlos, a culpa nem sempre é só de quem está à frente do projeto. “Assumo tudo o que correu mal, mas posso dizer que há muitos lóbis e interesses por trás de cada projeto. O falhanço é 75% culpa de quem o cometeu, mas existe uma situação de diferenciação, que tem a ver com as ajudas que cada projeto recebe”, revela Carlos.
E acrescenta: “O acesso aos apoios do Estado, por vezes, é um pouco dúbio. Das duas vezes que precisei que me abrissem portas fiquei a ‘ver navios’. A ajuda está lá, mas não é assim tanta. Quem aposta nos nossos projetos tem de ter interesse, e não só. E o interesse manifestado está dependente da avaliação que fazem das nossas ideias”, conclui o empreendedor.
Depois de quatro anos à frente da Beta-i, André Marquet decidiu lançar o seu próprio negócio. Mas e apesar de toda a experiência na aceleradora de ideias, a FreeQ falhou ainda antes de ter chegado ao mercado. A plataforma de anti shoplifting permitia aos consumidores que fossem, por exemplo, a uma loja de roupa, “colocar as peças que queriam dentro de um saco sem ter de fazer qualquer operação que fosse”, explica André. O projeto foi lançado no final de 2014 e levou André e a restante equipa para Espanha. “Esperávamos conseguir entrar no mercado espanhol, mas as coisas começaram a correr mal”.
No país vizinho, a equipa de André tinha um CTO brasileiro. Além dos choques culturais, o CTO abandonou a empresa duas semanas depois da chegada ao mercado internacional, e o projeto foi aceite num programa de aceleração no Chile, que é o Startup Chile. “Na altura eu ia ser pai e vendi a minha parte da empresa aos meus colegas.
Viver com os sócios 24 sobre 24 horas não foi fácil e também ditou o fim do projeto. ”Vivemos momentos de grande turbulência emocional: um dia estávamos a ganhar o prémio Wireless Summit, em Aveiro, como, noutro dia, estávamos a ter discussões sobre questões internas da empresa. O processo de aprendizagem foi muito intenso, porque eu tinha investido tudo, deixei a Beta-i na qual tinha investido quase cinco anos da minha vida para fracassar em três meses”, refere André.
"Vivemos momentos de grande turbulência emocional: um dia estávamos a ganhar o prémio Wireless Summit, em Aveiro, como, noutro dia, estávamos a ter discussões sobre questões internas da empresa.”
Depois de ter dado a volta, André fundou a Productized, um espécie de clone da Beta-i mas focado noutras temáticas. “Fracassar desta maneira foi difícil porque eu tinha passado quatro anos a dizer a outros empreendedores o que devem e não devem fazer”.
Começar um negócio sozinho é um problema?
Uma boa ideia pode surgir numa só cabeça, mas pode ser melhor executada em duas, ou três, ou quatro… “Da minha falha tiro algumas lições: uma delas tem a ver com o quão mais difícil é começar um negócio sozinho”, alerta Mário Mouraz.
“Tem de haver um cofundador com formações complementares. Por exemplo, eu vinha de turismo, hotelaria e deveria ter trazido alguém mais de engenharia ou, pelo menos, um software developper. Não o fiz, estava a desenvolver o software sozinho”.
Um dos grandes problemas de começar sozinho é não ter em conta a opinião de mais ninguém. “É muito importante trabalhar, nem que seja para ouvir varias pessoas a discordar do que dizemos. Ninguém é perfeito e é preciso ouvir ‘não’ para não achar que está sempre correto”, refere Ricardo Carvalho. “Torna-se claro que precisamos de ouvir o máximo de pessoas possível e que também precisamos de pessoas à nossa volta que nos ajudem a tornar o nosso negócio viável”, relembra Liliana Marques, agora na Coolfarm.
“A partilha traz-nos novos pontos de vista, novas visões, novas maneiras de dar a volta aos obstáculos e faz com que todos sintam que fazem parte do processo”, refere Sara Correia, na Boldplaces.
O segredo é a alma do negócio?
“Eu sei que os empreendedores têm algum medo de ver as suas ideias, mas nunca vi uma ideia repetida”, conta André Marquet. “Se eu lhe desse uma lista com as 100 melhores ideias de negócio dos próximos 20 anos, 99,9% das pessoas não sabia o que fazer com isto”, acrescenta André.
Para Liliana Marques, ‘o segredo não é a alma do negócio’, mas… depende do negócio. “Se estamos a falar em tecnologia não percebo como pode haver segredos… Copiar nunca foi tão fácil. Penso que hoje a alma do negócio são as pessoas que estão por trás dele, quem põe as coisas a andar porque ouve o público-alvo e percebe os mercados emergentes. Trata-se de clareza, estratégia e ação”, refere Liliana.
“Isto pode ser uma frase batida mas, se tens a melhor ideia do mundo e não a implementas, é a pior ideia do mundo. Conheço muita gente que passou anos a construir startups em ‘stealth mode’, com elevados níveis de secretismo, e não conheço nenhum caso em que tenha sido feita alguma coisa de jeito”, conta Pedro Moura.
Ricardo concorda: a ideia, só por si, não vale nada. A execução é o “verdadeiro jogo”. “Não são aqueles que têm as melhores ideias que vencem, são aqueles que melhor as conseguem executar. O segredo não é, de todo, a alma do negócio. Quanto menos falar da ideia, mais tarde percebemos onde erramos”, esclarece.
“A partilha é a base do conhecimento e de um mundo melhor. Para mim, a alma do negócio é sem dúvida a equipa e a relação que se cria com os parceiros e com os nossos clientes”, refere Sara Correia.
Fuck Up Night: Falhar é tabu?
Criado no México, o evento Fuck Up Night começou quando um grupo de cinco amigos decidiu juntar-se e falar abertamente dos momentos em que falharam no mundo dos negócios. A ideia já “chegou” a mais de 120 cidades em todo o mundo e teve lugar, pela segunda vez em Lisboa, em setembro deste ano. Mas será que toda a gente fala abertamente das suas falhas? Ou é como se passasse a ser rotulado por isso?
“Há quem prefira não falar do assunto porque, na cabeça dessas pessoas, isso reflete uma fraqueza. Mas acho que essa mentalidade está a mudar”, refere Sara Correia. “É muito difícil admitir que falhamos e, sobretudo, que falhámos por culpa nossa. Quem gosta de ganhar não gosta de falhar e quem gosta de ganhar não gosta de falar em falhar”, acrescenta Ricardo Carvalho.
“Há duas maneiras de ver isto: quem está mais ligado ao meio é mais tolerante, falar dos fracassos acaba por ser recorrente, embora ninguém fale com alegria de algo que correu mal!”, explica João Vasques. O outro lado, o das pessoas que rodeiam o empreendedor, já é diferente. “Acho que este tipo de eventos é bom para desmistificar uma série de ideias”, acrescenta João.
Mas, para a maioria destes jovens, falhar é um tabu em Portugal. “É um tema abafado”, sustenta André. “Ainda há muitos complexos em relação a falharmos… Vivemos num país que gosta de jogar pelo seguro, todos querem tirar um curso com ‘boas’ saídas profissionais, os jovens são educados assim, não são motivados pelas famílias a criarem o seu próprio emprego e a gerar novas economias”, acrescenta Liliana.
No entanto, como exceções à regra, João Romão e Pedro não partilham das ideias anteriores. “Falar das falhas? Acho que há menos dificuldade em falar dos fracassos. As pessoas estão mais abertas para partilhar as suas histórias e é importante que estas sejam partilhadas, para começarmos a ter algum contacto com a maneira como as pessoas pensam, as ideias que têm. Falar das falhas faz-nos ter algum realismo”, explica João.
É muito difícil admitir que falhamos e, sobretudo, que falhámos por culpa nossa.
“Pessoalmente não acho que seja um tabu de ‘Portugal’. Quanto muito é um tabu para os ‘portugueses’. Acho que glorificar tanto os feitos como as falhas é simplesmente redutor. A realidade não é maniqueísta, binária: é muito mais colorida”, salienta Pedro Moura. “A capacidade de lidar com falhas e grandes feitos deve, fundamentalmente, ser tarefa de cada um, sem estarmos tão preocupados com o que os outros possam ou não pensar. Aí sim, os portugueses têm uma péssimo traço cultural: a excessiva preocupação com as opiniões e juízos dos outros, fruto, quanto a mim, de uma insegurança estrutural que assola há demasiado tempo o nosso povo“, acrescenta.
(Saber) dar a volta
Encarar o falhanço, perceber onde aconteceu e como não voltar a cometer os mesmos erros é… dar a volta. “Todos os erros e falhanços são oportunidades para aprender. Quanto mais arriscamos, quanto mais construímos e fazemos, maior é a probabilidade de errar e falhar. E só a experiência que formos tendo permitirá mitigar futuros erros”, diz Sofia Ferreira Simões, da Smart Launch, equipa que adaptou o projeto mexicano e o trouxe para Portugal.
Para Sara Correia, nada é impossível. “Não tenham vergonha e falem com pessoas que vos tragam mais conhecimentos e vos ajudem a tornar a ideia real. Desenhem a ideia, literalmente, pensem em todos os processos e depois vão para a rua falar com potenciais clientes. Aí vão ter logo o feedback e uma noção melhor da validade da vossa ideia”, acrescenta.
Não voltar a falhar. É possível?
Os projetos não têm de ser todos muito complexos, afirma Carlos. “Também há oportunidade para as coisas simples. Keep it simple”.
“Tirar uma semana, limpar a cabeça e olhar para trás e perceber o que correu mal. Três ou quatro momentos que marcaram a falha. Identificá-los e aprender com eles, são os conselhos de João Romão.
“Falem com pessoas que já tenham implementado outros negócios, pesquisem a vossa concorrência e aprendam com ela, falem com pessoas de finanças, contabilidade, legalidade e recursos humanos. Se o negócio tiver uma base tecnológica, tragam logo para a equipa alguém com formação na área. Partilhem com eles o que pretendem e terão ajuda”, aconselha Sara.
“Ao início, a tendência é a de querer fazer tudo, colocar todas as ferramentas e arranjar soluções para todos os problemas. Pensem, qual é o vosso core business? Então vendam essa ideia apenas. Tudo o resto vem por acréscimo”, acrescenta Sara.
Cair, levantar e voltar a tentar.
Texto editado por Mariana de Araújo Barbosa.
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