Incêndio de Vila de Rei obrigou à evacuação de 112 pessoas

Por causa dos incêndios estão cortadas as estradas nacionais 238 e 348. Três mil bombeiros combatem mais de 90 incêndios esta manhã

São 12 os incêndios de grandes proporções que ainda lavram em Portugal, depois de um fim de semana complicado em que foram batidos dois recordes consecutivos em número de ocorrências. Há mais de três mil bombeiros a combater as chamas.

De acordo com a página da Proteção Civil, ao final da manhã o número de ocorrências voltou a aumentar 211, contra as 91 ao início do dia, que estão a ser combatidos por 3.680 operacionais com a ajuda de cerca de mil meios terrestres e 32 meios aéreos. Os incêndios que mobilizavam mais meios eram os de Carvalhosas, no distrito de Coimbra, Vila de Rei, em Castelo Branco, mas também em Santarém.

Por causa dos incêndios estão cortadas as estradas nacionais 238 e 348, entre Chão da Serra e Vale Azul.

Em Portugal ainda há cinco distritos sob alerta máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera: Castelo Branco, Guarda, Viseu, Bragança e Vila Real. O resto do território está em risco elevado, ou muito elevado, de incêndio. São estas condições atmosféricas que dificultam o combate aos incêndios, embora, como disse a adjunta nacional de operações, Patrícia Gaspar, no briefings de domingo de manhã, “a culpa não é do tempo”. “A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”. A este propósito, recordou que mais de 90% das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja intencionalmente ou por negligência, e que ambas são crimes.

Os incêndios levaram a que já tenham sido acionados seis planos de emergência municipal, sendo que o último foi ativado ontem em Vila de Rei, revelou Patrícia Gaspar, no briefing desta manhã. Este fogo continua a ser um dos que suscita mais preocupações às autoridades. Há oito meios aéreos mobilizados para combater este incêndio, que “deflagrou com uma velocidade de propagação acima do normal”, disse a adjunta nacional de operações e que obrigou à evacuação de 112 pessoas durante a tarde e noite de domingo. As autoridades estão também a aproveitar o período da manhã para tentar controlar o fogo, já que as temperaturas não são tão altas.

O fogo da Mealhada foi, entretanto, dado como dominado, assim como o incêndio de Alvaiázere, Leiria, embora mobilize ainda 289 operacionais e 82 meios terrestres. O incêndio em Parada do Pinhão, no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, que começou pelas 13h00 de domingo, foi extinto, e estão a decorrer os trabalhos de rescaldo, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Vila Real. E pelas 14h00 de segunda-feira, foi a vez do incêndio de Carvalhosas, que alastrou aos municípios de Vila Nova de Poiares e de Miranda do Corvo, ser dado como controlado. A Proteção Civil considera um incêndio “em resolução” quando é afastado o perigo de “propagação para além do perímetro já atingido”.

No briefing desta manhã, Patrícia Gaspar fez uma atualização ao número de feridos provocados pelos incêndios — de 42 para 45 feridos ligeiros. Sublinhou que se mantém o apoio dos militares (15 pelotões no teatro das operações) e que a rede Siresp “para já está estabilizada”.

Bruxelas tem como prioridade ajudar Portugal

Portugal mantém o pedido de ajuda à União Europeia e esta manhã a Comissão anunciou que ajudou a mobilizar “apoio substancial” a Portugal no quadro do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, garantindo que o combate aos incêndios em Portugal é, neste momento, “uma prioridade para a UE”.

O executivo comunitário revelou que, depois de as autoridades portuguesas terem ativado, no sábado, e pela segunda vez neste verão, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para assistência ao combate aos incêndios florestais no país, Bruxelas ajudou a mobilizar apoio, tendo os contributos chegado de Espanha. “Espanha ofereceu mais de 120 bombeiros, 27 veículos e três aviões de combate a incêndios que, atualmente, operam em áreas afetadas”, indicou a porta-voz Annika Breidthardt na conferência de imprensa diária da Comissão, citada pela Lusa.

Numa declaração divulgada em Bruxelas, o comissário europeu responsável pela Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, assegurou que “ajudar Portugal neste momento é uma prioridade para a UE” e agradeceu a pronta resposta das autoridades espanholas ao pedido de assistência português. “O nosso Centro de Coordenação de Resposta de Emergência em Bruxelas, que monitoriza permanentemente os desastres naturais, está em constante contacto com as autoridades de proteção civil portuguesas e segue todos os desenvolvimentos. Estão a enfrentar um verão muito difícil e a sua dedicação e coragem são um exemplo para todos”, afirmou.

Artigo atualizado às 14:59

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