Quase metade da população aposta em jogos da fortuna ou azar
Mas entre a população mais jovem a incidência é "um pouco inferior," revela o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas.
Quase metade da população residente em Portugal aposta em jogos da fortuna ou azar, sendo a prevalência mais elevada entre os homens, revela esta terça-feira um estudo do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
“A prevalência de jogos de fortuna ou azar é de 48% na população residente em Portugal”, sendo mais alta entre os homens (51%) do que entre as mulheres (45,2%), adianta o “IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17”, apresentado em Lisboa.
"A prevalência de jogos de fortuna ou azar é de 48% na população residente em Portugal.”
Na população mais jovem (15-34 anos) a prevalência de jogadores é “um pouco inferior”, situando-se nos 42,8%, refere o estudo, que observou uma descida de quase 20 pontos percentuais para o total da população face a 2012.
O estudo, iniciado em 2001 e que foi replicado em 2007, 2012, e em 2016/2017, envolvendo uma amostra de 12 mil inquiridos, representativa da população geral entre os 15 e os 74 anos, estimou a prevalência das práticas de jogo a dinheiro e a prevalência dos consumos do álcool, tabaco, medicamentos e de substâncias psicoativas ilícitas em Portugal.
Segundo o teste ‘South Oaks Gambling Screen’, baseado em 20 indicadores que visam identificar jogadores patológicos, 46,2% da população “não apresenta quaisquer problemas de dependência” destes jogos.
Comparativamente a 2012, as prevalências de jogadores com alguns problemas e com probabilidade de serem jogadores patológicos subiu de 0,3% para 1,2% e de 0,3% para 0,6%, respetivamente.
Os resultados provisórios do IV Inquérito Nacional à População Geral 2016/2017 mostram também as “taxas de continuidade do consumo de substâncias psicoativas”. Estas taxas são mais altas nas substâncias lícitas, principalmente no álcool (cerca de 70%), e mais baixas nas ilícitas, sobretudo nas anfetaminas e nos cogumelos alucinogénios (entre 0% e 1%). “São mais elevadas entre os homens”, exceto no consumo de cocaína e heroína, e nos jovens adultos, com exceção do álcool e medicamentos.
Face a 2012, subiram as taxas de continuidade do consumo de tabaco, medicamentos, ‘cannabis’, heroína e das novas substâncias psicoativas.
Maioria da população não consome substâncias psicoativas ilícitas
Outra das conclusões do estudo aponta que a grande maioria da população geral “é abstinente do consumo de substâncias psicoativas ilícitas” (90% no que respeita a qualquer substância ilícita, chegando aos 99,8% relativamente aos cogumelos alucinogénios e novas substâncias psicoativas).
No caso dos medicamentos, esta percentagem cai para os 87,5%. Cerca de metade da população é abstinente de álcool.
Segundo o estudo, é de 1% a prevalência da população que consome abusivamente álcool, sendo “bastante mais elevada” nos homens (1,7%) do que nas mulheres (0,4%) e na população entre os 35 e os 64 anos.
De todas as substâncias, o tabaco é a que têm o consumo diário mais frequente (mais de 90% dos consumidores), seguindo-se os medicamentos e o álcool.
Entre as substâncias ilícitas, a ‘cannabis’ é a que apresenta um maior número de declarações de consumo com uma frequência mais regular. Já 0,6% da população apresenta um risco moderado ou elevado associado ao consumo de ‘cannabis’.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Quase metade da população aposta em jogos da fortuna ou azar
{{ noCommentsLabel }}